Foto de arquivo tirada em 11 de setembro de 2019 mostra uma mulher caminhando com uma criança no colo em um bairro étnico uigur em Aksu, na região noroeste da China, Xinjiang| Foto: HECTOR RETAMAL/AFP
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Hospitais chineses matam recém-nascidos e realizam abortos tardios na tentativa de diminuir a população muçulmana uigur na China, disse uma médica que trabalhou em Xinjiang, província chinesa onde a etnia está concentrada, e atualmente mora na Turquia.

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Em uma entrevista na segunda-feira à Radio Free Asia, Hasiyet Abdulla falou sobre seus 15 anos de trabalho em hospitais de Xinjiang como médica uigur. A China aprovou uma lei em 2017 que ordena que os uigures e outras minorias não tenham mais do que três filhos nas áreas rurais e dois filhos nas áreas urbanas. Abdulla disse que as famílias que atingiram esse limite foram forçadas a abortar seus bebês em gestação.

Esses abortos forçados ocorreram quando a mãe estava "grávida de oito e nove meses", disse Abdulla à Radio Free Asia. A médica acrescentou que a equipe do hospital ocasionalmente "até matava os bebês depois que eles haviam nascido".

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"Eles não davam o bebê aos pais - eles matam os bebês quando nascem", disse ela.

"É uma ordem dada de cima, é uma ordem que foi impressa e distribuída em documentos oficiais", disse ela. "Hospitais são multados se não cumprirem, então é claro que eles fazem isso".

Uma investigação da Associated Press, publicada em junho, descobriu que o governo chinês busca reduzir as taxas de natalidade de uigures e outras minorias. As estatísticas mais recentes mostram que entre 2015 e 2018 as taxas de natalidade em regiões predominantemente uigur da China caíram mais de 60%. Em Xinjiang, as taxas de natalidade caíram quase 24% só no ano passado.

Os pais chineses com vários filhos são frequentemente enviados para campos de detenção ou sujeitos a multas pesadas e batidas policiais em suas casas em busca de crianças escondidas, segundo a reportagem da AP, que também constatou que as mulheres uigures são regularmente obrigadas a passar por exames de gravidez, forçadas a usar dispositivos intrauterinos e forçadas a abortos e esterilização. Em Xinjiang, o uso de DIUs e esterilização aumentou drasticamente, embora o uso dessas medidas tenha diminuído no resto do país.

A China nega as acusações. Em abril, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país tuitou: “Não há absolutamente nenhum ‘prisioneiro religioso’ ou ‘detenção de um milhão de muçulmanos de Xinjiang’ na China. Exortamos os EUA a pararem de fazer manobras políticas e calúnias”.

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© 2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.