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Fotógrafo Ulises Rodriguez, da agência Efe, é atingido por uma pedra atirada por manifestantes contra a polícia, em Tegucigalpa: violência se espalha | Oswaldo Rivas/Reuters
Fotógrafo Ulises Rodriguez, da agência Efe, é atingido por uma pedra atirada por manifestantes contra a polícia, em Tegucigalpa: violência se espalha| Foto: Oswaldo Rivas/Reuters

Brasil

Embaixador se diz pessimista com impasse

Folhapress

Tegucigalpa - O embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes, disse ontem estar pessimista sobre as perspectivas de negociação entre o governo interino de Honduras e o presidente deposto Manuel Zelaya. Para ele, o progresso é "difícil ou impossível’’. Cesaes foi um dos diplomatas que esteve em Honduras nesta semana para conversar com ambos os lados, sem sucesso. Houve acordo apenas em relação a uma agenda de negociações.

O diplomata afirmou, perante o Conselho Permanente da OEA, que, apesar das dificuldades, "mantém a esperança’’ de que o governo interino, liderado pelo presidente Roberto Micheletti, e Zelaya cheguem a um acordo.

O governo brasileiro afirma esperar que a OEA medie a crise.

A missão da OEA, encabeçada pelo secretário-geral da instituição, José Miguel Insulza, se reuniu na quarta-feira com Micheletti, na Casa Presidencial, e com Zelaya, dentro da embaixada brasileira na capital Tegucigalpa.

Tegucigalpa - Um grupo de especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou ontem que hondurenhos es­­tão contratando ex-paramilitares colombianos como mercenários para proteger suas famílias e propriedades por medo da eventual violência que poderá emergir da profunda crise política que o país vive há mais de cem dias.

Os cinco especialistas, integrantes de um grupo da ONU que estuda mercenários, afirmaram ter conhecimento de que 40 ex-integrantes do grupo Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) foram contratados por latifundiários – o AUC é considerado uma organização terrorista pelos Eua – e de que 120 paramilitares de diversos países foram chamados a Hon­­duras para apoiar a de­­posição de Zelaya, em junho passado.

Conforme os especialistas, o objetivo das contratações, por par­­te dos hondurenhos, é proteger pessoas e propriedades de "mais violência". "Exortamos as autoridades hondurenhas a to­­mar todas as medidas práticas para evitar o uso de mercenários dentro do território e a investigar as acusações relativas à sua presença e às suas atividades", disseram os cinco especialistas em de­­claração divulgada em Genebra.

Honduras é signatário de uma convenção internacional que proíbe o recrutamento, uso, financiamento e treinamento de mercenários.

O grupo denunciou também que tanto forças de segurança hondurenhas quanto mercenários estão fazendo uso indiscriminado de "dispositivos acústicos de longo alcance" para perturbar Ze­­laya, seus familiares e simpatizantes que estão abrigados na Em­­bai­­xada do Brasil no país. Os dispositivos lançam ruídos de vozes e de alarmes que alcançam cerca de 2 km. O uso do equipamento já foi amplamente denunciado por Zelaya.

Os especialistas são Shaista Shameem, de Fiji, Najat al Hajjaji, da Líbia, Amada Benavides de Pe­­rez, da Colômbia, Jose Luis Gomez del Prado, da Espanha, e Alexan­­der Nikitin, da Rússia.

Repressão

A polícia hondurenha usou bombas de gás lacrimogêneo e canhões d’água para dispersar um protesto realizado na tarde de ontem diante do hotel no qual negociavam representantes do governo que assumiu depois de um golpe militar aplicado em 28 de junho e do presidente deposto de Honduras, Ma­­nuel Zelaya.

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