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Desfile militar em Mianmar em 2021: país sofreu um acirramento do nacionalismo budista nos últimos anos
Desfile militar em Mianmar em 2021: país sofreu um acirramento do nacionalismo budista nos últimos anos| Foto: Wikimedia Commons

A junta militar do Mianmar prendeu 14 pessoas, entre elas um cidadão suíço, pela acusação de terem produzido um filme que supostamente ofende o budismo. O caso foi divulgado pela imprensa estatal do país neste sábado (19), mas as prisões teriam ocorrido no último dia 8.

Segundo informações do jornal Myanma Alinn, Didier Nusbaumer, um suíço de 52 anos, escreveu, filmou e editou o filme “Don't Expect Anything”, disponibilizado no YouTube em 24 de julho e que gerou críticas de nacionalistas budistas do Mianmar após trechos terem sido compartilhados nas redes sociais.

Os outros detidos são cidadãos do Mianmar, incluindo uma menina de 12 anos. Ofender o budismo é crime no país asiático, onde 90% dos habitantes professam essa religião.

“Embora as pessoas nos papéis principais do filme sejam budistas, elas se comportaram de forma inadequada e degradaram a dignidade e a moral dos monges por meio dos seus gestos físicos e diálogos”, informou o jornal.

Mianmar sofreu um acirramento do nacionalismo budista nos últimos anos, o que levou a eventos extremos como a perseguição aos rohingyas, uma minoria muçulmana do estado de Raquine, opressão que foi descrita como “genocídio” e “limpeza étnica” pelas Nações Unidas.

Mianmar é governado por uma junta militar desde um golpe de Estado que derrubou a então líder Aung San Suu Kyi (Nobel da Paz em 1991), em fevereiro de 2021.

No final de julho, os golpistas estenderam o estado de emergência no país por mais seis meses e, por consequência, adiaram novamente as eleições, previstas para agosto. Foi a quarta prorrogação desde o golpe de 2021.

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