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Chanceler russo rejeita cooperação antimísseis com EUA

A oferta de cooperação havia sido feita pelo secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, que sugeriu, por exemplo, exercícios conjuntos e compartilhamento de dados.

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A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta segunda-feira (14) não existirem razões para falar de "Guerra Fria" entre Rússia e Estados Unidos, no início de uma visita a Moscou destinada a melhorar as relações entre os dois países, abaladas pelo projeto de Washington de instalar um escudo antimísseis no leste europeu.

"Alguns lançam palavras como nova Guerra Fria. Como alguém que vem deste período, como uma especialista, penso que os paralelismos sinceramente não têm base alguma", afirmou a secretária de Estado, especializada em União Soviética pela Universidade de Stanford (Califórnia).

"Não é um momento fácil para a relação. Porém, me parece que tampouco se trata de um período no qual, na minha opinião, aconteçam coisas catastróficas", declarou Rice à imprensa.

"Há coisas que funcionam muito bem, outras que não funcionam tão bem e algumas que são muito problemáticas. Porém, é fundamental que aproveitemos este momento para destacar as coisas que funcionam bem e para trabalhar nas coisas que não andam tão bem", insistiu.

A visita de Condoleezza Rice à Rússia, com três dias de duração, terá como objetivo aplacar as tensões entre os dois países, esfriadas pelo projeto americano de instalar um escudo antimísseis na Europa e por um retrocesso das liberdades na Rússia, que é criticado por Washington.

As relações entre os dois países estão no pior nível em vários anos.

O presidente Vladimir Putin criticou duramente o governo americano, acusando-o de tentar "desestabilizar" o mundo com sua visão "unipolar" e de querer reativar a corrida armamentista com seu projeto de escudo antimísseis.

Esta polêmica ressuscitou a idéia de uma nova "Guerra Fria" entre a superpotência americana e a Rússia ambiciosa de Putin.

O presidente russo já anunciou o congelamento do Tratado sobre as Forças Convencionais na Europa, um dos textos mais importantes para garantir a segurança no continente europeu.

Putin estabeleceu indiretamente um paralelo entre a política externa de George W. Bush e a de Adolf Hitler, em um discurso na semana passada para comemorar a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

As palavras, que provocaram um pedido oficial de esclarecimento por parte dos Estados Unidos, voltaram a demonstrar a crise na relação entre Washington e Moscou.

Tudo isto se deve fundamentalmente ao projeto americano de criar um escudo antimísseis com dez interceptores na Polônia e um radar na República Tcheca.

Apesar dos Estados Unidos afirmarem que o escudo está destinado a defender a Europa de possíveis ataques de Estados "párias" como Irã e Coréia do Norte, a Rússia afirma que este representa uma ameaça a suas fronteiras e adverte contra um desequilíbrio das forças no continente europeu.

Rice se encontrará ainda nesta segunda-feira com o primeiro-ministro russo Serguei Ivanov. Na terça-feira será recebida no Kremlin pelo presidente Vladimir Putin antes de um encontro com seu colega Serguei Lavrov, além do secretário do Conselho de Segurança Russo, Igor Ivanov.

De acordo com a embaixada americana, Rice também se reunirá com cinco representantes da sociedade civil russa.

"Sempre afirmamos muito claramente que sentimos temor a respeito dos acontecimentos internos na Rússia e falaremos sobre isto", afirmou a secretária de Estado ao comentar o retrocesso das liberdades individuais, apesar de ter admitido que o país experimenta "uma transformação espetacular".

Outro tema de discórdia a ser abordado é a reticência russa às pressões dos Estados Unidos para que Kosovo, a província sérvia de maioria albanesa, obtenha a independência.

Moscou, aliado tradicional da Sérvia, considera que dar a independência a Kosovo constituiria um precedente perigoso, sobretudo para as regiões do Cáucaso russo com aspirações separatistas.

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