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Tamara Marrow, no centro, de boné, comandando uma aula de Brukwine, baseado em movimentos circulares de quadril chamados ‘wines’, que exigem que o praticante se solte e tenha muita independência muscular | Giraldo para The New York Times
Tamara Marrow, no centro, de boné, comandando uma aula de Brukwine, baseado em movimentos circulares de quadril chamados ‘wines’, que exigem que o praticante se solte e tenha muita independência muscular| Foto: Giraldo para The New York Times

Para aqueles avessos a malhar em academias, ou para quem não corre nem por dinheiro, ainda existem maneiras agradáveis de se exercitar. Isso é o que cerca de 30 mulheres procuravam durante uma aula de fitness inspirada em danças jamaicanas no Ripley Grier Studios, em Midtown Manhattan.

A aula, chamada Brukwine, é um convite para mulheres de todas as formas e tamanhos para acabarem com suas inibições e se soltarem. Ela é voltada para aqueles que fogem de tipos mais tradicionais de exercício, e oferece uma mostra dos movimentos sensuais que acompanham a música de bailes jamaicanos.

Brukwine é basicamente movimento de quadris — algo que as criadoras, Tamara Marrow, de 35 anos, e Autavia Bailey, de 34, conhecem bem. Elas já se apresentaram com Sean Paul, astro da dança, e com pop stars como Beyoncé, Jennifer Lopez e outros.

Começaram o Brukwine em 2012, "basicamente como malhação", disse Tamara.

Em uma grande sala pouco iluminada, as participantes ficam de frente para o espelho. Algumas usavam shorts curtos, tops, leggings ou chapéus com o emblema do Brukwine. Uma professora treinada, conhecida como Brukwine Gyal, orientava o alongamento. Então, depois que muitas delas calçavam plataformas e saltos altos (pode ser tênis também), uma segunda Brukwine Gyal começava os movimentos de quadril ao som de "Every Gyal a Mine", de Demarco. Como a dança do ventre, o Brukwine envolve movimentos que necessitam de uma certa independência muscular.

Autavia veio para frente com sapatos de salto alto dourados. Todas vibraram quando ela começou a demonstrar a rotina do dia, que ela e Tamara haviam coreografado para a música "Touch you", de Konshens.

Autavia movia-se lentamente e o grupo acompanhava seus passos e os movimentos rítmicos chamados "wines", que ela disse serem "a base de todo nosso treino". A velocidade dos wines é variada, e eles são executados com movimentos circulares, pontuados por um movimento complementar chamado "tick", um jogo de quadris semelhante ao movimento de um relógio.

"Usem os quadris" ela disse à turma, que repassou os passos algumas vezes antes reproduzí-los com a música em alto volume. Então Tamara, usando salto alto rosa neon, apresentou a próxima rotina da coreografia em um ritmo descontraído. Havia mais passos, movimentos de pescoço e corpo e o "drop", em que todas se abaixavam e levantavam rapidamente.

No final da aula de 60 minutos, a sala estava quente, os corpos suados, e o grupo repassou tudo outra vez. Houve aplausos, risos e conversa animada no final.

A jamaicana Kadian Abrahams, designer de lingerie de 25 anos que vive em Midtown, recorda como ficou cansada após sua primeira aula, uma semana antes.

"Eu estava dolorida em lugares que nunca imaginei que pudessem doer", ela conta, sorrindo. Mas isso não a impediu de colocar seu salto plataforma e voltar para a próxima aula, não só pela intensidade do treino, mas também pela atmosfera amigável (quem utiliza contadores, afirma que uma sessão de Brukwine pode queimar 1.000 calorias).

A assistente administrativa Devin Edwards, de 33 anos, disse que compareceu a quase todas as aulas há mais de um ano e, como resultado, estava em muito melhor forma.

"Academias são chatas, mas isso aqui não é. É sexy malhar de salto alto", disse ela, acrescentando que alguns até dizem que isso faz com que a rotina seja mais extenuante.

As criadoras do Brukwine acreditam que existe um lugar para a sensualidade nos exercícios.

"Queremos que as mulheres se sintam confiantes. Todo mundo pode ser sexy", disse Tamara.

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