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O comércio eletrônico da China está em franca expansão, mas a infraestrutura ruim atrapalha a entrega dos produtos. Entregador da JD.com | Gilles Sabrie para The New York Times
O comércio eletrônico da China está em franca expansão, mas a infraestrutura ruim atrapalha a entrega dos produtos. Entregador da JD.com| Foto: Gilles Sabrie para The New York Times

Com um setor varejista pouco desenvolvido e uma rede de lojas on-line em franca expansão, oferecendo um sem-fim de opções a preços baixos, o consumidor chinês se acostumou a primeiro ir a Internet para comprar de tudo, desde sapatos e fornos a papel higiênico.

O comércio eletrônico da China já é maior que o dos EUA e, segundo um relatório da empresa de auditoria KPMG, calcula-se que, até 2020, tenha um volume equivalente ao dos setores nos EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão e França, juntos.

Só que o país tem dificuldades com a entrega, principalmente por causa de décadas de pouco ou nenhum investimento na infraestrutura logística e leis locais pouco eficientes. Os produtos demoram a chegar ao interior; além disso, os danos são uma constante, afetando tanto o consumidor quanto os pequenos negócios.

O sistema de entregas na China é tão ruim que o país gastou 18 por cento de seu PIB em logística em 2013, ou seja, 6,5 acima da média global, diz Fox Chu, da consultoria Accenture.

"Fazer uma entrega de Fujian a Pequim pode sair mais caro que o mesmo serviço de Pequim à Califórnia", conta ele, referindo-se à viagem de aproximadamente 2 mil km da capital a uma de suas províncias.

Recentemente, tanto o Alibaba, principal empresa de comércio eletrônico da China, como a JD.com, sua concorrente, vêm tentando tornar o processo mais eficiente, principalmente no interior.

A primeira prometeu investir 100 bilhões de renmimbi (US$16,3 bilhões), em uma tentativa de atrair empresas terceirizadas para entregar seus carregamentos. A ideia é formar uma aliança usando o consumidor e dados da expedição para tornar a entrega mais eficiente.

Já a segunda, por outro lado, está construindo galpões próprios e enviando seus produtos. Atualmente a companhia consegue fazer entregas no mesmo dia do pedido em cem cidades e, no dia seguinte, em outras 600, explica o CEO Shen Haoyu.

Parte do plano do Alibaba de melhorar a situação é também criar galpões em pontos críticos para ajudar a agilizar as entregas. "A China é grande demais, não dá para comprar terreno em todo lugar para montar galpões; em vez disso, vamos escolher locais estratégicos nas principais áreas onde os recursos sejam bem limitados", explica o diretor de operações Daniel Zhang.

O depósito de 50 mil metros quadrados da JD.com, no sul de Pequim, é prova das vantagens de se criar um serviço próprio de entrega. A estrutura é ergonomicamente organizada e os funcionários trabalham a toda, empurrando os carrinhos lotados nos corredores específicos para diferentes velocidades.

A estratégia permite que a empresa processe os pedidos mais rapidamente que os concorrentes, mesmo não sendo tão grande. E, acima de tudo, pode treinar os entregadores, a quem Shen chama de "a cara da JD.com".

Zhu Sichang, de 29 anos, é um deles, e conta uma entrega que fez a um cliente depois de subir vários lances de escada.

"Ele viu que eu estava suando muito e ofereceu um copo de água para me agradecer pelo esforço", diz ele.

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