Três pessoas morreram na quarta-feira (13) durante um protesto contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Quando a maior parte dos 10 mil manifestantes já tinha voltado para casa, vigilantes armados apareceram no centro de Caracas. Dirigindo motocicletas, abriram fogo contra mais de 100 manifestantes de oposição ao governo que estavam discutindo com as forças de segurança.
As mortes ocorrem após uma onda de protestos liderados por estudantes, que se tornaram cada vez mais violentos nas últimas duas semanas. A raiva dos manifestantes é impulsionada pela falta de habilidade de Maduro em lidar com temas como inflação, crimes e direitos humanos.
Maduro expressou pesar sobre as fatalidades e culpou grupos fascistas, acusando-os de tentar tirá-lo do poder. "Quem sair para provocar violência e sem a permissão de se manifestar será detido", anunciou Maduro em um discurso televisionado nacionalmente no 200º aniversário de uma importante batalha na guerra da independência da Venezuela.
No entanto, a ameaça não surtiu efeito para deter os líderes mais radicais da oposição, que no fim da noite votou por permanecer nas ruas. Os líderes da oposição afirmaram que a culpa da violência é dos apoiadores do governo, acusando-os de se infiltrarem no fim do protesto de quarta-feira. O grupo afirmou que uma evidência dessa infiltração é a recusa da polícia em utilizar a força para deter um pequeno grupo que atirava pedras.
Entre os mortos está o líder do grupo pró-governo 23 de janeiro. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse que o "revolucionário" conhecido pelo apelido de Juancho foi "vilmente assassinado pelos fascistas", mas não forneceu mais detalhes.
Durante a manifestação também morreu Bassil Da Costa, um estudante de marketing, de 24 anos. A terceira vítima, morta a tiro no bairro de Chacao, ainda não foi identificada. A tranquilidade retornou à capital da Venezuela perto da meia-noite.
O ministro do Interior, Miguel Rodriguez Torres, disse que 30 manifestantes contrários ao governo foram presos e estão sendo investigados por incitar a violência. Inti Rodriguez, membro do grupo de direitos humanos Provea, afirmou que mais de vinte pessoas se feriram e estão sendo tratadas em hospitais. Fonte: Associated Press.