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Guantánamo| Foto:

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (21) que mantém a intenção de fechar a prisão da Baía de Guantánamo e disse que alguns dos suspeitos de terrorismo que estão na base podem ser transferidos para prisões de segurança máxima nos EUA.

Obama reafirmou que o país segue em guerra com a rede terrorista da al-Qaeda, responsabilizada pelos ataques de 11 de Setembro, e disse que os prisioneiros que representam risco para os EUA podem ser mantidos presos indefinidamente. O discurso teve como objetivo retomar o controle de uma situação cada vez mais delicada. Obama se disse disposto a defender ao mesmo tempo a segurança dos americanos e os grandes valores dos país, deixando clara a sua convicção de que um não pode ser feito sem o outro.

"O preço que teríamos que pagar mantendo (Guantánamo) aberto superaria facilmente as complicações que seu fechamento implica", disse a respeito de uma polêmica que desviou os holofotes de sua mensagens de relançamento da economia e de reforma social.

Obama iniciou uma vigorosa crítica às práticas antiterroristas de seu antecessor George W. Bush.

"Estamos prestes a limpar o que é simplesmente um belo bazar", declarou, falando da prisão da base naval de Guantánamo, arrendada pelos Estados Unidos na ilha de Cuba.

"Com frequência, nosso governo tomou suas decisões baseando-se mais no medo do que na clarividência", disse. "Com frequência, nosso governo manipulou os fatos e as provas para adaptá-los a predisposições ideológicas".

Obama reconheceu a dificuldade dessa ruptura com o passado, mas afirmou: "podemos nos dar o luxo de recomeçar do zero".

Desde a sua posse, o governo Obama é assombrado pelos fantasmas antiterroristas do governo Bush.

As polêmicas estão atualmente centradas na recusa de seus colegas democratas no Congresso, aliados de ocasião de seus adversários republicanos, em votar os US$ 80 milhões que ele solicitou para efetuar o fechamento de Guantánamo. Eles são favoráveis ao fechamento, mas temem que suspeitos de terrorismo sejam enviados para solo americano e querem saber precisamente o que Obama pretende fazer com os 240 detentos presos em Guantánamo antes de apoiar a concessão desses recursos.

O presidente Obama defendeu nesta quinta-feira a ideia de transferir detentos de Guantánamo para prisões de segurança máxima nos Estados Unidos, apesar da preocupação crescente com a possibilidade de uma transferência desses presos para o território americano.

"Guardem isto no espírito: ninguém jamais escapou de uma de nossas prisões federais (consideradas) Supermax, nas quais estão encarcerados centenas de terroristas", disse.

Ele tentou afastar as preocupações repetindo em diversas oportunidades que não faria nada que pudesse comprometer a segurança dos americanos.

Mencionou ainda a possibilidade de uma detenção indefinida de suspeitos de terrorismo que, por diferentes motivos, pudessem se revelar impossíveis de serem julgados.

"Não libertaria pessoas que representam um perigo para os americanos", disse, correndo o risco de indignar as organizações de defesa das liberdades, que já estão consideravelmente insatisfeitas com algumas decisões tomadas por Obama desde a sua posse.

Pouco antes do discurso, o ex-vice-presidente Dick Cheney defendeu com ardor as polêmicas práticas antiterroristas das quais é considerado um dos grandes artífices.

Obama pediu que o debate não seja explorado com fins políticos.

E se pronunciou contra a formação de uma comissão independente sobre a era Bush, frisando que o Congresso e a Secretaria da Justiça poderiam parfeitamente investigar o que aconteceu nesse período.

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