Usina termoelétrica em Chennai, na Índia| Foto: EFE/EPA/IDREES MOHAMMED
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A partir deste domingo (31), Glasgow, no Reino Unido, recebe a 26ª Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP26), em um momento em que a ONU aumenta as cobranças para que chefes de estado assumam compromissos mais efetivos para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

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Um relatório divulgado nesta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostrou que, embora dezenas de países tenham revisado suas metas para os próximos anos, elas ainda seriam insuficientes para evitar um aumento de temperatura até o fim do século que torne mais frequentes desastres climáticos, como ondas de calor e tempestades violentas.

De acordo com o estudo da equipe do Pnuma, até o final de setembro 120 países, que representam pouco mais da metade das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, haviam divulgado novas metas climáticas ou atualizações, e três países membros do G20 haviam anunciado novas promessas de mitigação para 2030.

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Entretanto, a ONU alertou que esses novos compromissos representariam uma redução de apenas 7,5% das emissões de gases de efeito estufa previstas para 2030 e levariam o planeta a chegar ao fim do século com uma elevação de 2,7°C na temperatura. Segundo o Pnuma, seriam necessárias reduções de 30% para um aumento de 2°C e 55% para o 1,5°C acima dos níveis pré-industriais estipulado no Acordo de Paris.

O relatório destacou que os membros do G20, cuja reunião está sendo realizada neste fim de semana em Roma, adotaram uma série de políticas relativas a mudanças climáticas nos últimos anos. Embora o Pnuma reconheça que houve avanços, enfatizou que também há “exemplos negativos”, como novos projetos de extração de combustíveis fósseis e construção de usinas a carvão e reversão de mecanismos regulatórios durante a pandemia de Covid-19.

“Um grande número de membros do G20 (Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Arábia Saudita) deverão emitir mais em 2030 sob as políticas implementadas do que em 2010”, informou o relatório.

Em entrevista à CNN, a diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, destacou que os governos nacionais evoluíram na adoção de políticas para mitigar as mudanças climáticas, mas não o suficiente.

“Muitos meio que vão empurrando com a barriga. Não precisamos mais de promessas, e sim de ações concretas. Não estamos nem perto de onde queremos estar”, disse Andersen. “Queremos ser otimistas e dizer que a janela ainda está aberta, que ainda podemos conseguir - mas ela está fechando muito rápido. A realidade é que devemos fazer acontecer nesta década.”

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Para a COP26, a ONU definiu quatro metas principais a serem discutidas durante o encontro, que vai até 12 de novembro: definição de medidas mais ambiciosas, para manter a meta de aumento de 1,5°C grau de Paris ao alcance; promover mudanças para proteger comunidades mais vulneráveis e habitats naturais de eventos climáticos intensos; manutenção do compromisso de investimento de pelo menos US$ 100 bilhões por ano por parte dos países desenvolvidos para essas metas e ações de proteção; e fomentar mecanismos de cooperação, com duas submetas em vista: finalizar o Livro de Regras de Paris, os regulamentos detalhados que tornam o Acordo de Paris operacional; e acelerar as ações para enfrentar a crise climática por meio da colaboração entre governos, empresas e a sociedade civil.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]