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Membros de gangues vigiando uma rua da capital do Haiti, Porto Príncipe
Membros de gangues vigiando uma rua da capital do Haiti, Porto Príncipe| Foto: EFE/Johnson Sabin

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (2) uma missão de um ano liderada pelo Quênia para combater as gangues no Haiti. A decisão ocorre quase um ano após o apelo do governo haitiano à comunidade internacional por ajuda para conter a violência dos grupos criminosos que assumiram o controle de partes significativas do país.

A resolução, votada sob o número 2699, foi aprovada com 13 votos a favor, China e Rússia se abstiveram. Denominada como Missão Multinacional de Apoio à Segurança, a intervenção militar não será uma missão oficial da ONU e os países membros da organização não serão obrigados a contribuir financeiramente com ela.

Os recursos para a missão serão provenientes de contribuições voluntárias dos países participantes. Inicialmente autorizada por um período de um ano, a execução da missão passará por uma revisão planejada após nove meses. Os Estados Unidos, que lideraram a iniciativa, demonstraram seu compromisso de doar US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) para a missão, sendo metade desse valor proveniente do Departamento de Defesa.

Liderada pelo Quênia, a missão envolverá forças militares e policiais, com o objetivo de garantir a segurança de instalações governamentais, como portos e aeroportos, além de apoiar a força policial local em operações contra gangues. A missão também buscará fortalecer a capacidade da polícia haitiana, que enfrenta uma perda significativa em seu contingente.

A aprovação da missão é vista como uma vitória significativa para o governo de Joe Biden, que buscou apoio internacional depois de não conseguir persuadir o Canadá para liderar a iniciativa. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, propôs a intervenção não pertencente à ONU, reconhecendo preocupações passadas com operações de paz no Haiti.

A votação ocorre após meses de esforços diplomáticos dos EUA, que expressaram preocupações com a possibilidade de um êxodo em massa de haitianos e a completa tomada do país por gangues, que atualmente controlam cerca de 80% da capital do Haiti, Porto Príncipe. O texto da resolução destaca a necessidade de “abordar as causas políticas da instabilidade no Haiti” e enfatiza que a “missão não substituirá o diálogo político necessário para avançar em direção às eleições”.

Países como a Itália, Espanha, Mongólia, Senegal, Belize, Suriname, Guatemala e Peru, expressaram seu apoio à missão, comprometendo-se em ajudar com o envio de pessoal, equipamentos e com o financiamento.

A expectativa é que a missão tenha um papel crucial na restauração da estabilidade no Haiti, que enfrenta uma crise constitucional e não realiza eleições nacionais desde 2016.

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