A agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta sexta-feira (24) que está se agilizando para socorrer os milhares de cristãos iraquianos que fugiram da cidade de Mossul, no norte do Iraque. Cerca de 13 mil cristãos foram expulsos de Mossul por ameaças e ataques de extremistas islâmicos neste mês, disse Ron Redmond, porta-voz do alto comissariado da ONU para os Refugiados. Os 13 mil cristãos representam mais da metade da comunidade cristã na cidade, que existe em Mossul quase desde o começo da religião cristã. "Muitos fugiram com pouco dinheiro e precisam de ajuda", disse Redmond em Genebra, onde fica o quartel-general do Alto Comissariado.
Ele contou a história de uma mulher cristã, uma enfermeira, que disse ao Alto Comissariado que as ameaças começaram há alguns meses, com chamadas por telefone, cartas e mensagens deixadas sob o batente das portas das casas. Outra mulher disse que fugiu quando ouviu dizer que um cristão havia sido assassinado. "Nós nunca queríamos deixar o Iraque, mesmo com o ambiente tenso", disse a mulher, que fugiu para a Síria, ao Alto Comissariado.
A agência entregou suprimentos a mais de 1,7 mil famílias cristãs que agora estão dispersas no norte do Iraque, disse Redmond. Muitos vivem em igrejas, mosteiros e casas de parentes em vilarejos cristãos próximos a Mossul. Acredita-se que islâmicos sunitas extremistas estejam por trás dos ataques e das ameaças, que ocorreram após forças americanas e iraquianas terem lançado uma operação em Mossul, há alguns meses, para esmagar a Al-Qaeda na região. Mas nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques.
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