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Parlamentares hispânicos e democratas dos Estados Unidos, furiosos com a rígida lei anti-imigração aprovada no Arizona, anteveem enormes manifestações em todo o país no fim de semana, aumentando a pressão para que o presidente Barack Obama reforme a legislação federal sobre o tema neste ano eleitoral.

Organizadores dos protestos disseram nesta quarta-feira que a indignação com a lei do Arizona mobilizou os latino-americanos e irá se traduzir em um grande comparecimento aos comícios do 1o de Maio em mais de 70 cidades norte-americanas.

"As passeatas e manifestações vão ter uma presença muito mais expressiva do que seria (sem a lei)", disse Juan José Gutierrez, organizador de uma manifestação em Los Angeles.

A lei sancionada na sexta-feira passada pela governadora Jan Brewer prevê, entre outras medidas, que a polícia tem o dever de verificar o status migratório de quem despertar uma "suspeita razoável" de ser imigrante ilegal. Críticos dizem que isso induz à discriminação racial.

Defensores republicanos da lei dizem que ela é necessária para coibir a criminalidade neste Estado desértico na fronteira com o México, rota do tráfico de drogas e pessoas.

Nas ruas de Los Angeles a Nova York, a multidão somada pode superar a de 2006, quando centenas de milhares reivindicaram uma reforma na imigração que abrisse caminho para a legalização dos estrangeiros hoje clandestinos --projeto que o então presidente George W. Bush encampou, mas que acabou parando no Congresso.

"Com o que está acontecendo no Arizona vemos uma energia renovada para que o pessoal brigue pela reforma da imigração", disse Marissa Graciosa, da entidade Movimento de Reforma da Imigração Justa, que realiza comícios e vigílias na sexta-feira e sábado.

Em Washington, um grupo de mais de 24 parlamentares --incluindo hispânicos, negros, asiáticos e brancos-- realizaram uma entrevista coletiva em frente ao Capitólio, nesta quarta-feira, para denunciar a lei do Arizona como uma violação dos direitos civis.

"O que o Arizona fez foi que galvanizou, uniu, fortificou, focou nosso movimento pela imigração", disse o deputado democrata Luis Gutiérrez, líder do "cáucus" (bancada informal) hispânico. Para ele, quando a reforma tiver sido aprovada, este será apontado como o momento decisivo.

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