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Membros da oposição cubana afirmaram na terça-feira estar convencidos de que o presidente Fidel Castro não retomará as rédeas do país e que as imagens exibidas pelo governo cubano na segunda-feira provam que seu estado de saúde o impossibilita de exercer suas funções como chefe de Estado.

A televisão cubana exibiu na última segunda um vídeo com imagens da visita realizada no domingo pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Fidel Castro, um dia após o jornal oficial "Juventud Rebelde" publicar algumas fotos do presidente de Cuba.

- A primeira impressão está em conformidade com o que nós, pessoas de bem, desejamos: Que o presidente cubano se recupere, mas - as imagens - sugerem que o presidente pode cessar definitivamente suas funções - disse Manuel Cuesta Morúa, líder do grupo opositor Arco Progressista.

Cuesta afirmou que as imagens permitem concluir que Fidel não estaria em condições de dirigir o Estado cubano. O líder da Revolução de 1959 se recupera de uma operação intestinal que o obrigou a transmitir o poder temporariamente a seu irmão Raúl Castro no dia 31 de julho.

- Apesar de a operação ter transcorrido bem e de ter melhorado, ele deve deixar definitivamente suas funções formais - acrescentou Cuesta Morúa.

Oscar Espinosa Chepe, um dos dissidentes que foi preso em 2003 e que atualmente está de licença por motivos de saúde, declarou que o país vive uma situação inédita.

- Meio século vendo sempre ele sem que ninguém o contraponha, é algo novo e impressiona - afirmou. - Realmente o vi bem pouco ativo, ele tem um temperamento muito forte, sempre foi uma pessoa muito ativa. Pareceu muito fraco e isto me chamou a atenção - disse.

Já Martha Beatriz Roque, da Assembléia para Promover a Sociedade Civil, afirmou que se impressionou ao ver Fidel, geralmente tão altivo e "falador", na cama.

- Pareceu estar debilitado e se sentindo mal - declarou.

Na sua opinião, a intenção do Governo foi mostrar ao povo que ele está vivo e, em segundo lugar, preparar as pessoas para qualquer eventualidade. Eloy Gutiérrez Menoyo, líder do grupo Mudança Cubana, afirmou que Castro terá um processo de recuperação bastante longo.

- Esta doença deveria servir de reflexão para ele, para que perceba que está sujeito a qualquer eventualidade, o lógico seria que ele constatasse que foi um trabalhador incansável que tem direito a aposentadoria e que seria muito positivo deixar (o posto) para as novas gerações - declarou.

- O sentimento do povo na rua, desse segmento majoritário, o mais humilde, é de não desejar mal a ninguém, mas ao mesmo tempo têm esperança de que possa haver um futuro melhor para seus filhos - disse Gutiérrez Menoyo, que lutou ao lado do presidente de Cuba durante a revolução contra o regime de Fulgencio Batista.

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