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Alemanha

País é criticado por indefinição

Governo da chanceler Angela Merkel é tachado de inepto e desastrado no manejo do surto causado pela bactéria E.coli

Pacotes com brotos vegetais produzidos em uma fazenda orgânica que está sendo investigada sob a suspeita de ser a origem da espécie letal da bactéria E.coli | Ingo Wagner/AFP
Pacotes com brotos vegetais produzidos em uma fazenda orgânica que está sendo investigada sob a suspeita de ser a origem da espécie letal da bactéria E.coli (Foto: Ingo Wagner/AFP)

Berlim - O governo alemão passou a ser alvo de críticas depois de uma nova suspeita sobre o possível ponto de partida do surto infeccioso de Escherichia coli (E.coli) ter sido derrubada ontem.

Oposição, imprensa e círculos médicos classificam como inepto e desastrado o manejo da crise por parte do governo da chanceler (premiê) Angela Merkel. Di­­zem que há muita gente opinando e que a população já não sabe em quem confiar.

"Mais perigoso do que a bactéria é o fato de ninguém conseguir orientar a população sobre ela", comentou ontem o diário Die Zeit. "O que resta ao consumidor é a incerteza. O que nunca se pode comer? Em quem confiar? Falta uma voz unificada na proteção à saúde alemã", acrescentou o texto.

As críticas já ocorriam desde a semana passada, mas se intensificaram ontem, depois que um laboratório descartou que várias amostras de brotos de feijão e de outros legumes produzidos numa fazenda de produtos orgânicos nas proximidades de Ham­­burgo, no norte do país, tivessem contaminados pela bactéria.

Essa versão havia sido divulgada no fim de semana pelo go­­verno do Estado da Baixa Saxô­­nia, antes da realização de testes.

As autoridades locais determinaram o fechamento da fa­­zen­­da Gartenhöf, fizeram um recall de todos os seus produtos e soltaram um alerta para que os alemães não comessem mais bro­­tos.

É a segunda vez que as autoridades alemãs metem os pés pelas mãos na determinação da fonte do surto.

Pepinos espanhóis

Na primeira versão, logo no início da infecção, os culpados eram pepinos vindos da Es­­pa­­nha. Exames laboratoriais derrubaram a suspeita e abriram uma crise com o governo da Espanha, que agora pede compensação pelos danos econômicos.

Amanhã, em Luxemburgo, uma reunião emergencial de mi­­nistros da Agricultura europeus deve debater possíveis com­­pensações a produtores agrícolas.

Busca

As autoridades defendem, po­­rém, as medidas até agora adotadas. "A procura da causa de um surto é muito difícil, especialmente quando já passou muito tempo desde seu início", disse nota da secretaria de Agricultura da Baixa Saxônia.

"É lamentável ver secretários regionais falando sobre resultados", rebateu Stefan Etgeton, um dos diretores do serviço de proteção ao consumidor. "Quem devia fazer isso é o Instituto Ro­­berto Koch [vigilância sanitária]." O ministro da Saúde, Da­­niel Bahr, advertiu contra conclusões precipitadas.

O surto é provocado por uma variedade supertóxica de E.coli que já matou 22 pessoas e deixou mais de 2,3 mil doentes em 12 países.

O governo brasileiro ainda não vê a necessidade de tomar nenhuma medida restritiva.

A Anvisa orienta aos viajantes que estejam indo para a Ale­­manha que evitem consumir ve­­getais crus.

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