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A Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia votou nesta terça-feira contra a realização em 25 de maio de um referendo sobre a integridade territorial e a descentralização do país, como pedem os rebeldes pró-Rússia do leste.

Os defensores do referendo, o Partido das Regiões e os comunistas alcançaram 154 votos, número muito distante dos 226 votos necessários para a aprovação da moção apresentada durante uma sessão a portas fechadas, informou a imprensa local.

"A favor, 154. Não passou. Graças a Deus! É preciso realizá-lo, mas não durante uma guerra", escreveu Aleksandr Briguinets, deputado do partido governante Batkivschina (Pátria) em sua conta no Facebook.

A população pró-Rússia pede a realização em 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais, de um plebiscito sobre a federalização do país para aumentar consideravelmente os poderes políticos e econômicos das regiões.

"Não se pode realizar um referendo com os fuzis te apontando. Isso foi feito por Hitler na Áustria, Stalin nos Bálticos e Putin na Crimeia", acrescentou Briguinets.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, propôs convocar uma consulta não vinculativa, que os deputados poderiam aprovar hoje mesmo.

Nessa consulta se perguntaria se os eleitores apoiam tanto a integridade territorial da Ucrânia em um Estado unitário, mas com amplos poderes para as regiões; como a concessão de status oficial para a língua russa em algumas regiões do país.

Yatseniuk defendeu conceder às autoridades locais grande parte das atribuições do governo central em matérias política e econômica, e propôs que o governador não seja designado pelo presidente, mas eleito pelos habitantes de sua região.

Seja como for, os insurgentes pró-Rússia seguem em frente com seus planos de realizar em 11 de maio um referendo na região oriental de Donetsk, epicentro da sublevação contra Kiev.

A chancelaria russa tachou ontem de "cínica" e "afastada da realidade" a proposta de Yatseniuk, quando nas região de Donetsk ocorre uma operação contra as fortificações russófonas de Slaviansk e Kramatorsk.

"Ao invés de iniciar um debate nacional para a busca de uma saída para a profunda crise política e socioeconômica com a participação de todas as forças políticas e todas as regiões, Kiev se dedica a organizar ações de fumaça", disse.

Na opinião da Rússia, que acredita que transformar a Ucrânia em uma federação na qual o russo seja segunda língua oficial é a única saída para o conflito, a consulta não vinculativa "não conduzirá a nada mais do que a um maior agravamento da crise".

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