O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) foi aclamado como o candidato do MAS para a eleição presidencial de 2025 em congresso em Cochabamba| Foto: EFE/Luis Gandarillas
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O grande rompimento político anunciado há quase dois anos na Bolívia finalmente aconteceu nesta quarta-feira (4): o partido Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, anunciou a expulsão do atual presidente do país, Luis Arce.

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A legenda de esquerda alegou que o fato de Arce não ter participado do congresso do MAS, encerrado nesta quarta-feira na cidade de Lauca Ñ, no Trópico de Cochabamba (reduto eleitoral e sindical de Morales), resultou na “autoexpulsão” do presidente. Pelo mesmo motivo, foi expulso o vice-presidente boliviano, David Choquehuanca.

Dessa forma, abre-se o caminho para que o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) seja o candidato do MAS na eleição presidencial de 2025 – o líder cocaleiro, que já havia lançado sua pré-candidatura em setembro, foi aclamado nesta quarta-feira como o candidato do partido para o pleito presidencial de daqui a dois anos.

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“‘Lucho’ [Luis] Arce foi convidado e não compareceu ao congresso. Isto foi considerado um fato de autoexpulsão, automarginalização e autoexclusão por parte de 'Lucho' Arce. O congresso foi concluído com todas as formalidades, de acordo com a lei e os nossos estatutos”, disse à France 24 o deputado Héctor Arce, aliado de Morales.

O próprio ex-presidente disse que o atual governo boliviano é “pior que os governos neoliberais” e o acusou de ter tentado até o último momento adiar o congresso. “Mas, felizmente, graças à unidade, graças às delegadas e aos delegados, o congresso está legal e oficialmente encerrado”, afirmou Morales.

A divisão dentro da esquerda da Bolívia começou no final de 2021 e era motivada pelo desejo de Morales de ser novamente candidato em 2025, enquanto Arce planeja um segundo mandato.

Em agosto, Gerardo García, vice-presidente do MAS, já havia indicado que o partido está com Morales e Arce teria que “encontrar a sua própria estrutura política, fazer o seu próprio partido”.

Nos últimos meses, a disputa vinha esquentando com acusações de Morales de que a gestão Arce é corrupta e protege o narcotráfico, o que motivou processos e até trocas de agressões entre partidários dos dois lados.

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