Os "Irmãos Muçulmanos", o mais forte grupo político islâmico do Egito, ameaça boicotar as primeiras eleições legislativas do país, após a queda do ditador Hosni Mubarak, se a junta militar que governa o Estado não promover uma reforma eleitoral até o próximo domingo. Segundo informações do jornal "El País", outros 60 partidos se uniram a causa e pedem que a lei eleitoral que reserva um terço das cadeiras de ambas as câmaras para "candidatos independentes" seja anulada.
"Nós nos negamos a participar de uma eleição a não ser que artigo número 5 dessa lei eleitoral seja anulado", dizia a nota dos Irmãos Muçulmanos, divulgada nesta quinta-feira.
Sayyid al Badawi, líder do partido Wafd, aliado dos "Irmãos", argumenta que a reserva das cadeiras pode favorecer candidatos ligados ao regime de Hosni Mubarak. Mesmo que os candidatos não possam se unir a partidos depois de eleitos, os simpatizantes do antigo regime seriam em maioria candidatos sem partido.
Manifestantes preparam novos protestos para esta sexta-feira na Praça Tahrir, local conhecido pelas manifestações populares que derrubaram o governo de Mubarak. Os populares têm como objetivo demonstrar a insatisfação com o atual governo e pedir a revogação da Lei de Emergência, que mantém os militares no poder.
A junta militar que governa o Egito anunciou esta semana que o início das eleições parlamentares estaria marcado para o próximo dia 28 de novembro. A votação pode durar meses, pois vai ser realizada em três turnos.
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