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| Foto: OLIVIA HARRIS/REUTERS

O Pentágono está pressionando aliados árabes e europeus a ampliarem o suporte na guerra contra o Estado Islâmico, esperando que os ataques terroristas em Paris os convençam sobre a necessidade de maior envolvimento. O pedido de apoio é impulsionado pela esperança de construção de uma dinâmica no campo de batalha no Iraque e na Síria, mas também reflete a sensação do Departamento de Defesa americano que a campanha contra o Estado Islâmico tem avançado lentamente, e requer movimentos militares urgentes e decisivos.

Segundo a agência AP, oficiais americanos disseram perceber um maior interesse europeu em contribuir com a campanha militar na Síria, já que muitos países da região não estão participando das ações. Entretanto, as autoridades reconhecem ser difícil conseguir mais ajuda de países com o orçamento já comprometido em ações em outras partes do mundo. E as chances de ajuda adicional de nações árabes são ainda menores.

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Durante a semana, o secretário de Defesa, Ash Carter, se reuniu com assessores e altos comandantes e deixou claro que a estratégia americana será mantida. Porém, Carter afirmou que é hora de procurar aliados europeus em busca de apoio na luta contra o Estado Islâmico, informou um oficial da defesa, que prefere se manter anônimo.

De acordo com esse oficial, Carter pediu aos seus principais assessores que contatem Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Turquia para apoio militar adicional. Os pedidos variam de equipamento e suprimentos, treinadores militares e unidades de operações especiais.

A Itália já forneceu caças Tornado para missões de reconhecimento, armamentos para combatentes curdos e unidades de treinamento no Iraque, mas afirmou considerar exercer ação mais ativa no combate ao Estado Islâmico no Iraque, mas a decisão ainda não foi tomada. No mês passado, a ministra da Defesa, Roberta Pinotti, disse que o país ainda não considera ações na Síria porque Damasco não pediu ajuda.

“Nós estamos prontos para ajudar nossos irmãos franceses, mas nem eles, nem os americanos, nem nós iremos fazer incursões na Síria”, disse o ministro de Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, em entrevista à emissora RAI, na quinta-feira.

Ofensiva

A pressão americana por mais apoio para ações militares na Síria e no Iraque acontece no momento em que a França intensifica suas operações aéreas na Síria, por causa do atentados em Paris, e a Rússia amplia suas operações após concluir que o Estado Islâmico está por trás da derrubada de um jato de passageiros na Península do Sinai, no Egito.

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Na próxima semana, o presidente francês, François Hollande, viajará a Washington e Moscou para pressionar pelo fortalecimento da coalizão internacional contra o Estado Islâmico. Em entrevista na segunda-feira, Carter destacou a resposta imediata da França e afirmou que os EUA buscam novas formas para aumentar a efetividade da campanha militar.

“Nós precisamos que outros entrem no jogo”, disse Carter. “Eu espero que essa tragédia tenha o efeito de galvanização com outros, como ela fez com os franceses, e realmente por toda a Europa. A Europa está participando em parte das operações contra o Estado Islâmico, mas não, notavelmente, na Síria.”

Bélgica, Reino Unido, Dinamarca e Holanda estão realizando missões aéreas, mas apenas no Iraque. Para Derek Chollet, conselheiro do fundo German Marshall, afirmou que os ataques em Paris pode dar a outros países europeus a vontade política e o apoio público que precisam.

“Existe um desejo para que a Europa se envolva mais, mas é uma decisão política”, disse Chollet. “Eu acho que agora exista a abertura de um espaço político pelo que aconteceu na semana passada, então faz sentido que os EUA talvez esteja fazendo esse duro questionamento a parceiros europeus sobre o seu envolvimento em locais como a Síria.

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