• Carregando...
Bandeira americana ondula na fronteira entre os EUA e o México | MARIO TAMA/AFP
Bandeira americana ondula na fronteira entre os EUA e o México| Foto: MARIO TAMA/AFP

A Polícia Federal desarticulou um grupo que conseguiu enviar ilegalmente para os EUA cerca de 180 brasileiros, dos quais 30 eram crianças, entre 2016 e 2017."Diversos brasileiros transportados pelo grupo acabaram morrendo" na travessia, inclusive com suspeita de homicídios, informou a PF. 

 A ação deflagrada pela PF de Rondônia nesta quarta-feira (18) é a terceira etapa da Operação Piratas do Caribe, que começou investigando o desaparecimento de 12 brasileiros que tentavam chegar aos EUA pelo mar das Bahamas. O destino do grupo é incerto. 

 Um homem, considerado o principal "coiote" na rota investigada, foi preso em Ji-Paraná (RO) e outro é procurado. A investigação teve apoio do Itamaraty, da Interpol e de órgãos diversos dos EUA, das Bahamas e da República Dominicana. 

 A PF estima que nos últimos anos apenas um grupo investigado tenha movimentado cerca de US$ 25 milhões (R$ 96 milhões) em contas nos EUA. As famílias que procuravam imigrar tinham de pagar de R$ 40 mil a R$ 100 mil por brasileiro ao grupo criminoso. 

Leia também: ‘Coiotes’ que levam brasileiros para os EUA estão na mira do Planalto

Os "coiotes" devem ser denunciados com base em um artigo do Código Penal que entrou em vigor em 2017, o 232-A, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão por promoção de "saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro". 

 A investigação da PF apontou que há "vários 'coiotes' espalhados pelo país" e que as rotas clandestinas de acesso aos EUA variam, podendo ser pelo deserto do México ou pelo mar das Bahamas, passando pelo Panamá. O grupo aliciava brasileiros de diversos estados, como Minas Gerais, Rondônia, Tocantins e Goiás. 

 Para pagar os "coiotes", as famílias mais pobres vendem seus bens, casas, carros ou tomam empréstimos volumosos em bancos, segundo a PF. Mas não sabem detalhes da travessia e acabam nas mãos de quadrilhas de intermediários. 

 "Os 'coiotes' vão repassando as pessoas para outros grupos como se fossem mercadorias. Um grupo passa para o outro. Nesse caminho as pessoas morrem ou são extorquidas ou são obrigadas a transportar drogas", disse um investigador.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]