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Construções bombardeadas em Homs, durante a guerra que afeta a Síria há mais de três anos | Omar Sanadiki/Reuters
Construções bombardeadas em Homs, durante a guerra que afeta a Síria há mais de três anos| Foto: Omar Sanadiki/Reuters

Prioridade

Autoridades anunciaram que nesse momento priorizam restabelecer a segurança e as provisões de água e eletricidade para que moradores retornem a Homs. Foram formados grupos de voluntários civis para avaliar as perdas e necessidades.

Três anos bastaram para que a cidade de Homs deixasse de ser um projeto de "Dubai síria", sofrendo com pesadelos de uma guerra que devastou totalmente sua parte antiga.

Mais de 20 meses de choques entre rebeldes e o exército deixaram um panorama desolador na região velha da cidade: edifícios destruídos, grandes danos no antigo mercado e ruas vazias.

Mas houve um tempo, antes do início do conflito em meados de março de 2011, em que a terceira maior cidade da Síria aspirava se transformar em uma urbe semelhante às povoadas em países do Golfo Pérsico, como Dubai (nos Emirados Árabes) e Doha (no Qatar).

O projeto "Sonha Homs", lançado pelo governo, almejava renovar os bairros antigos da cidade. Segundo vídeos promocionais divulgados na internet, a proposta contemplava uma remodelação da cidade com a construção de arranha-céus, avenidas grandes, jardins, centros de negócios. "Sonha Homs, a realidade deve ser completada" era um dos lemas da iniciativa, que causou polêmica.

"Certamente as pessoas não gostavam", afirmou em Homs o ativista opositor Samer al Homsi, em uma conversa com a reportagem pela internet.

Ele explica que "o regime desejava transformá-la em uma cidade de maioria alauita (seita à qual pertence Assad), porque aspirava que as regiões fronteiriças com o Líbano fossem alauitas".

A guerra

O início da violência na Síria, em março de 2011, acabou com o projeto "Sonha Homs", que atualmente está muito distante da realidade de um país em guerra civil. Depois da retirada dos cerca de dois mil rebeldes e a tomada de controle das Forças Armadas, os primeiros cidadãos entraram na última semana no local. Mas ainda é complicado que a vida possa retornar à normalidade.

População rechaçava ambição de modernizar Homs e realizou protestos

Quando o projeto de remodelação de Homs foi lançado, houve protestos em frente à sede do governo local. Nader, um refugiado sírio que agora vive no Líbano, recorda bem da controvérsia que originou o projeto "Sonha Homs". "O povo não queria esse projeto", conto.

Antes do começo dos protestos contra o presidente sírio, Bashar al Assad, Homs era uma cidade conhecida por ser um local de diferentes religiões "Era famosa por seus bazares antigos, que infelizmente foram destruídos, e por suas lojas de doces, como Abu Laban e Doces Khamis. O comércio florescia e os locais permaneciam abertos dia e noite", lembra o ativista opositor Samer al Homsi.

Demografia

De acordo com Nader, as autoridades queriam mudar a demografia da cidade, que ele descreve como "tranquila". "Havia cristãos, sunitas, xiitas, alauítas... E todos estávamos em paz", ressalta. "O objetivo era mudar a fisionomia da cidade e suas marcas ", critica o al Homsi. Ele diz que projeto "Sonha Homs" pretendia demolir parte do mercado antigo e construir em seu lugar grandes prédios comerciais.

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