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Forças de segurança receberam ordens nesta sexta-feira (8) para atirar em qualquer suspeito na maior cidade do Paquistão, Karachi. Quatro dias consecutivos de violência no local deixaram pelo menos 71 mortos e fizeram com que líderes políticos convocassem um dia de luto que fechou o comércio e afastou os carros das ruas.

A onda de violência desta semana em Karachi está entre as piores deste ano na cidade que é berço de tensões étnicas, sectárias e políticas. Os episódios ocorreram poucos dias depois de o partido político mais poderoso da cidade, o Movimento Muttahida Qaumi, ter anunciado sua saída da coalizão de governo federal para se aliar à oposição.

Mudanças políticas como essa costumam ser acompanhadas por violência em Karachi, embora o Movimento Muttahida Qaumi e outros partidos ativos na cidade neguem participação com a violência. Pelo menos 34 pessoas morreram somente ontem, quando homens armados metralharam um ônibus e realizaram vários disparos nas proximidades.

A ordem de atirar contra suspeitos reflete o desespero das autoridades em controlar a violência. Sharjeel Memon, ministro da Informação da província de Sindh, disse que a ordem tem como alvo "qualquer meliante armado" visto pela polícia, unidades militares ou outras tropas de segurança.

Karachi é uma cidade portuária de 18 milhões de habitantes na costa do Mar da Arábia. Segundo o Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, 1.138 pessoas foram assassinadas em Karachi nos primeiros seis meses do ano. Dessas, 490 foram vítimas dos chamados assassinatos seletivos, que geralmente estão ligados a rivalidades políticas, étnicas e sectárias.

O Movimento Muttahida Qaumi convocou nesta sexta-feira um "dia de luto", o que levou à paralisação da cidade. Ruas e áreas comerciais estavam em grande parte desertas. Apesar disso, tiros ocasionais podiam ser ouvidos em algumas áreas e o chefe de polícia disse que mais 18 pessoas foram mortas. As informações são da Associated Press.

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