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Manifestação em apoio ao candidato da oposição iraniana reúne pessoas nas ruas de Berlim | Reuters
Manifestação em apoio ao candidato da oposição iraniana reúne pessoas nas ruas de Berlim| Foto: Reuters
  • Mirhossein Mousavi convocou a população a carregar velas negras com laços verdes em novos protestos para demonstrar solidariedade às vítimas das recentes rebeliões
  • Câmeras de celular registram morte violenta de uma mulher no Irã
  • Autoridades iranianas acusaram neste domingo

A polícia antidistúrbio iraniana atacou nesta segunda-feira (22) centenas de manifestantes com gás lacrimogêneo e fez disparos para o alto a fim de dispersar um protesto no centro de Teerã. Testemunhas contaram que helicópteros sobrevoavam a área da Praça Haft-e-Tir enquanto aproximadamente 200 manifestantes se reuniam. Porém, centenas de policiais rapidamente encerraram o ato e dispersaram os grupos, inclusive os de poucas pessoas. A Guarda Revolucionária do Irã fez uma dura advertência aos manifestantes sobre a repressão aos protestos.

Na estação de metrô de Haft-e-Tir, segundo testemunhas, a polícia não permitia que as pessoas ficassem paradas, avisando que deveriam caminhar, e separava grupos que andavam juntos. As testemunhas falaram sob condição de anonimato, por temeram represálias. "Há uma grande, grande, grande presença policial", afirmou uma iraniana. "A presença deles é realmente intimidante." O regime do Irã afirma que pelo menos 17 pessoas morreram durante os protestos, após o presidente Mahmoud Ahmadinejad ser declarado vencedor da eleição realizada no último dia 12. A oposição, liderada pelo reformista Mir Hossein Mousavi, reclama de fraudes.

O Conselho dos Guardiães, que tem entre suas funções o monitoramento das eleições, informou nesta segunda-feira (22) que encontrou vestígios de irregularidades em 50 distritos (de um total de 360) do país, onde o número de votos excedeu o de eleitores. No entanto, como os eleitores iranianos podem votar fora de seu distrito, não é possível afirmar que a informação configure a fraude. O conselho afirmou que investigará os problemas, mas ressaltou que a proporção de votos que podem ter sido alterados, de 3 milhões, não mudaria o resultado final. Ahmadinejad foi reeleito em primeiro turno

Mousavi pediu no domingo (21) a continuação dos protestos, desafiando uma ordem do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. "O país pertence a vocês", afirmou Mousavi, em seu último comunicado. "Protestar contra mentiras e fraudes é seu direito.

Ameaça

O protesto ocorreu pouco depois de a Guarda Revolucionária do Irã ter afirmado que não iria hesitar em enfrentar manifestantes que fizessem protestos "ilegais".

Em comunicado em seu site, a guarda também criticou o Ocidente por seu suposto apoio aos oposicionistas. O texto acrescenta que, além da Guarda Revolucionária, os membros da milícia islâmica Basij e de outras forças também vão conter os protestos nas ruas.

A Guarda Revolucionária é uma força militar de orientação ideológica, que se considera guardiã da Revolução Islâmica de 1979. Mais poderoso corpo militar do país, ele tem estrutura de comando separada das Forças Armadas regulares.

No domingo, a TV estatal disse que pelo menos dez pessoas morreram no sábado durante confrontos com a polícia no centro de Teerã. A polícia informou que 457 pessoas foram presas em conexão aos protestos de sábado e que 40 policiais ficaram feridos.

A mídia estatal, que culpou "terroristas" pela violência, havia informado anteriormente que até oito pessoas haviam sido mortas em protestos desde a divulgação dos resultados oficiais, em 13 de junho.

Em um dia de luto convocado por Mousavi na semana passada, dezenas de milhares de pessoas se reuniram no centro de Teerã na quinta-feira (18), muitos dos quais vestiam roupas pretas e seguravam velas.

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