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Saiba mais sobre o choque de placas que causou o terremoto |
Saiba mais sobre o choque de placas que causou o terremoto| Foto:

Apesar de o terremoto que atingiu o Chile ter sido cem vezes maior do que o registrado no Haiti, em janeiro, a destruição e o número de mortos serão menores, segundo os especialistas. "São si­­tuações bem diferentes de todos os pontos de vista", afirma o geólogo Renato Lima, do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele esteve até a semana passada atuando com um grupo de ajuda no Haiti. Lima explica que, do ponto de vista geológico, o terremoto ocorrido no Haiti foi de profundidade relativamente baixa, e o do Chile apresentou magnitude dezenas de vezes maior. "Por outro lado, enquanto no Haiti a área atingida era de extrema densidade populacional (o terremoto teve seu epicentro a apenas 15 quilômetros da capital, Porto Prín­ci­­pe), no Chile foram atingidas áreas com densidade maior e outras pouco habitadas", afirma.

A infraestrutura e o preparo da população e das autoridades chilenas também estão sendo decisivas para o restabelecimento do país. Casas e edifícios são planejados e construídos para serem resistentes a terremotos, segundo o vice-presidente da Associação Bra­si­­leira de Geó­­logos de Petróleo, Nilo Azam­­buja, em entrevista à Agên­­cia Globo. "Os prédios, na área de ocorrência do terremoto, obedecem a índices severos de segurança. São padrões comuns em locais de intensa atividade sísmica, mas ainda não vistos no Haiti", compara.

"Além do padrão de construção resistente, a Defesa Civil do Chile é uma das melhores do mundo. Poucas horas depois do terremoto já divulgava a primeira avaliação da Oficina Nacional de Emergência, com número de mortos, as províncias atingidas e a intensidade dos tremores."

Novos abalos

O país vem sofrendo réplicas do primeiro terremoto que, apesar de terem intensidade menor, podem ser muito destrutivas. Isso acontece porque muitas das estruturas de casas e outras edificações encontram-se abaladas, e podem ceder ao menor tremor. Até o meio da tarde de ontem, quase 50 réplicas atingiram o Chile, cinco delas de grande magnitude (acima de 6 graus). Um tremor semelhante, de 6,3 graus, foi registrado em Salta, no norte da Argentina.

O restabelecimento das comunicações no país é a prioridade do governo chileno, para que os grupos de busca cheguem rapidamente aos locais em que há vítimas. Há muitas entidades pelo mundo à espera, prontas para ir ao Chile, enquanto outras, como a Cruz Vermelha, já se dirigiram ao país, diz Lima.

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