Manifestantes protestam contra a gestão da pandemia pelo governo Alberto Fernández, em frente à Casa Rosada, Buenos Aires, Argentina, 16 de agosto| Foto: EFE/ Demian Alda Estevez
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, que se disse responsável pela comemoração, no ano passado, do aniversário de sua esposa na residência presidencial de Olivos no auge das restrições no país devido à pandemia de Covid-19, advertiu nesta segunda-feira à oposição que não conseguirá tirá-lo do poder por causa do episódio.

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"Se alguém pensa que vai me derrubar por causa de um erro que cometi, vai é me fortalecer", disse Fernández durante um evento de lançamento de um centro de inovação universitária na província de Buenos Aires.

Na semana passada, o vazamento de fotos da festa da primeira-dama Fabiola Yáñez na residência presidencial provocou um escândalo em meio à campanha das eleições legislativas de novembro e levou a oposição a tentar o impeachment de Fernández.

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Nesta segunda-feira, o presidente argentino abriu fogo contra a oposição, afirmando que ela "nunca" o ouvirá pedir desculpas por políticas e ações como as realizadas pelo governo de seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019), líder da principal ala da oposição.

"Eles nunca terão que me fazer pedir desculpas porque me ajoelhei diante do Fundo Monetário Internacional (FMI) e endividei a Argentina e gerações de argentinos", declarou.

Justiça investiga festa

Este foi o segundo pronunciamento do presidente argentino depois da publicação de imagens nas primeiras páginas dos principais jornais do país, na última sexta-feira, que mostravam cerca de dez pessoas, incluindo o próprio Fernández, na comemoração do aniversário da primeira-dama.

A festa aconteceu em 14 de julho de 2020, como Fernández admitiu, quando a Argentina estava sob um decreto presidencial com duras restrições sanitárias devido à pandemia e que incluía a proibição de reuniões sociais.

O presidente argentino também está enfrentando uma denúncia na Justiça por violação de medidas para evitar uma epidemia, abuso de autoridade e violação dos deveres de um funcionário público.

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A queixa foi apresentada em 28 de julho por dois ativistas da oposição quando foi publicado o registro de visitas à residência presidencial durante a quarentena rigorosa em vigor em 2020, e o procurador Ramiro Gonzalez decidiu prosseguir com a investigação, que foi posteriormente ampliada quando vazaram fotos do aniversário da primeira-dama.