A Procuradoria egípcia ordenou nesta quarta-feira (10) a prisão do líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, por instigar a violência em frente à sede da Guarda Republicana, onde na segunda-feira pelo menos 51 pessoas morreram, a maioria islamitas.

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Segundo a agência estatal de notícias "Mena", a Procuradoria ordenou prender Badia e outros nove dirigentes da Irmandade Muçulmana e de seu grupo aliado Gama Islamiya por terem incentivado a "violência, os assassinatos e os enfrentamentos sangrentos" em frente à Guarda Republicana.

A Irmandade Muçulmana, no entanto, acusa as forças da segurança de disparar contra manifestantes pacíficos que rezavam diante do local, enquanto o Exército e o Ministério do Interior afirmam que seus homens se limitaram a responder a um ataque armado contra o quartel.

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A prisão de Badia por incitação à violência já tinha sido determinada na quinta-feira passada. Um dia depois, o líder pediu aos seus seguidores que continuassem se manifestando para exigir a volta ao poder do presidente deposto Mohammed Mursi e sacrificassem suas almas pelo ex-governante.

Entre os acusados figuram também o vice-presidente do partido Liberdade e Justiça (braço político da Irmandade), Esam al Arian, um de seus líderes, Mohammed el Beltagui, e o clérigo islamita Safwat Higazi, que já estavam sendo procurados pela Justiça pela morte de manifestantes.

Também tiveram ordem de prisão emitida pela Justiça os dirigentes islamitas Mahmoud Ibrahim, Abdel Rahman Ezz, Esam Sultan e Mahmoud Hussein, assim como os responsáveis do partido Construção e Desenvolvimento (braço político do grupo salafista Gama Islamiya) Hazem Abdel Magued e Safwat Abdel Gani.

Segundo a Procuradoria, as investigações provaram que os envolvidos "se colocaram de acordo para instigar à violência" no episódio em frente à sede da Guarda Republicana.

Desde então, um total de 652 pessoas foram detidas por suposto assassinato, posse ilegal de armas e explosivos, ameaça à segurança pública e bloqueios de estrada, acrescentou a Procuradoria.

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Deste número, 200 permanecerão na prisão durante 15 dias, enquanto o restante foi liberado, informou o Ministério Público, que disse ter examinado o local e os corpos e solicitado um relatório legista.

Pelo menos 51 pessoas, a maioria simpatizantes de Mursi, morreram na segunda-feira e outras 435 ficaram feridas na jornada mais sangrenta desde o golpe militar de 3 de julho no Egito.

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