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Em reunião virtual do Conselho de Segurança da Rússia, presidente alegou que pode se retirar novamente do compromisso se Ucrânia utilizar corredor naval com objetivos militares
Em reunião virtual do Conselho de Segurança da Rússia, presidente alegou que pode se retirar novamente do compromisso se Ucrânia utilizar corredor naval com objetivos militares| Foto: EFE/EPA/ALEXEI BABUSHKIN/KREMLIN

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (2) que suspenderá de novo o acordo de exportação de grãos da Ucrânia, se o país vizinho violar as garantias que deu por escrito de que não utilizará o corredor humanitário e os portos ucranianos com fins militares.

A declaração foi dada horas depois de o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ter anunciado que a Rússia havia dado sinal verde para a reativação do acordo.

“Dei instruções ao Ministério da Defesa para que retomemos nossa plena participação nesse trabalho. Ao mesmo tempo, a Rússia se reserva ao direito de se retirar desse acordo, se a Ucrânia violar essas garantias”, disse Putin, no início de uma reunião virtual do Conselho de Segurança da Rússia.

Putin destacou que a Turquia atuou como mediador, após a Rússia suspender, em 29 de outubro, o acordo de exportações de grãos firmado em julho deste ano, em pacto respaldado por Ancara e pela ONU.

Mais cedo, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou ter recebido “garantias da Ucrânia de que o corredor humanitário não seria utilizado com finalidades militares”.

Essa foi uma das exigências da Rússia para retomar a participação no pacto, que expiraria em 19 de novembro, e cuja prorrogação Moscou ainda está estudando, junto com a investigação exaustiva do suposto ataque da Ucrânia contra a frota russa no Mar Negro, em Sevastopol, com drones navais.

A Turquia havia pedido para que Putin separe as duas questões, por considerar importante voltar com o acordo, para prevenir uma maior crise alimentar no mundo.

O presidente da Rússia garantiu que não irá interferir no fornecimento de cereais da Ucrânia para a Turquia.

“Não interferiremos no futuro, de forma alguma, com o fornecimento de cereais desde o território da Ucrânia para a república da Turquia”, garantiu Putin.

O chefe de Estado destacou como aspectos que favorecem essa postura russa a neutralidade turca na guerra da Ucrânia, as capacidades da indústria de processamento de cereais turca e os esforços de Erdogan para garantir os interesses dos países mais pobres.

Putin também alegou que a Rússia, inclusive, em caso de retirada do novo do acordo, está preparada para fornecer grãos aos países mais necessitados.

“Em todo caso, inclusive, se a Rússia se retirar deste acordo, nós, como dissemos anteriormente, estaremos prontos para fornecer grátis todo o volume de grãos que se entregou desde o território da Ucrânia aos países mais pobres”, indicou.

Putin voltou a criticar o acordo, ao afirmar que apenas 4% dos grãos ucranianos exportados a partir do pacto chegam às nações mais necessitadas

“O acordo foi feito com o pretexto de garantir os interesses da segurança alimentar dos países, mas apenas 4% foi do território da Ucrânia para os países mais pobres. Já os restantes foram parar em países da União Europeia”, afirmou.

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