O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apresenta o seu plano de governo em auditório da Universidade Central da Venezuela, em Caracas, 31 de janeiro| Foto:  FEDERICO PARRA / AFP

Nesta quinta-feira (31), o presidente interino da Venezuela Juan Guaidó apresentou, em um auditório lotado da Universidade Central da Venezuela, o seu plano para resgatar a Venezuela do colapso econômico e social. 

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Com o nome de “Plan País”, o projeto mostra como a oposição pretende recuperar e reativar a Venezuela. 

“Faltam apenas duas figurinhas (para a transição), vocês sabem quais”, disse Guaidó no início de sua apresentação. Ele elencou as três prioridades do plano: a primeira é atender a emergência humanitária, nas áreas de saúde e alimentação. A segunda é a reativação da indústria do petróleo e a terceira é o restabelecimento dos serviços públicos. 

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Washington afirma ter US$ 20 milhões de dólares em alimentos e medicamentos para serem entregues à Venezuela. Mas Maduro, que afirma que a escassez de alimentos é causada pelas sanções americanas ao país, argumenta que a ajuda humanitária abre as portas para a intervenção militar. 

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A Venezuela sofre um colapso da sua economia, com hiperinflação – o FMI estima que ela pode atingir 10.000.000 por cento neste ano – e grave escassez de medicamentos, alimentos e serviços básicos. A crise já fez com que 3 milhões de venezuelanos fossem embora do país. 

Com relação ao aspecto social, o plano tem como objetivo principal tirar a Venezuela da pobreza. “Que seja uma nação produtiva e que a sociedade participe da execução de políticas públicas e que as necessidades das pessoas sejam convertidas em oportunidades para o desenvolvimento”.

Um dos pontos principais do plano é a recuperação da companhia estatal de petróleo PDSVA. “Está planejado produzir petróleo que é o seu negócio, ativar  a sua produção, atender imediatamente as áreas prioritárias para garantir o fluxo normal de gasolina e estabelecer as bases para atrair investimentos”.

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A PDSVA sofreu sanções dos Estados Unidos, grande comprador do petróleo venezuelano. Em anúncio feito em 28 de janeiro, o governo americano informou que serão bloqueados US$ 7 bilhões em ativos e que US$ 11 bilhões em exportações devem ser perdidos pela Venezuela com as sanções.

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Respondendo à pergunta de uma jornalista sobre como frear a hiperinflação, o integrante da comissão de finanças da Assembleia Nacional José Guerra disse: “Temos que parar imediatamente a hiperinflação, e para isso temos que: reduzir a brecha fiscal e que o Banco Central da Venezuela (BCV) não emita mais dinheiro sem respaldo. Para isso temos que ter financiamento internacional, temos que refinanciar a dívida externa e recuperar a autonomia do BCV”, afirmou.

Intimidação

Durante a sua apresentação, Guaidó denunciou que agentes das forças de segurança do regime de Maduro estavam tentando entrar em sua residência, onde estavam no momento a sua filha de 20 meses e a avó da menina, para intimidar a família, segundo o legislador.

Guaidó ganhou hoje um importante apoio, o Parlamento Europeu o reconheceu como presidente interino da Venezuela, decisão que aumenta a pressão para que a União Europeia faça o mesmo.

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O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, foi irônico nesta quinta-feira ao desejar uma aposentadoria tranquila para Maduro. Pelo Twitter, Bolton escreveu: “Eu desejo a Maduro e a seus principais assessores uma aposentadoria longa e tranquila, vivendo em uma praia bonita em algum lugar longe da Venezuela. Eles podem aproveitar a anistia do presidente Guaidó e seguir em frente. Quanto mais cedo, melhor”.