O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez, em conferência em Caracas, 24 de janeiro| Foto:  LUIS ROBAYO / AFP

Chamado pelos venezuelanos de "o padrinho" - em referência a seu nome e ao título em espanhol do filme "O Poderoso Chefão" -, Vladimir Padrino López, 55, é o ministro da Defesa da Venezuela desde 2014, mas atua também como um chefe de gabinete informal do ditador Nicolás Maduro.

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Todos os outros ministros prestam contas a ele, que também tem sob seu comando as Forças Armadas. Em 2017, recebeu ainda mais poderes do ditador e passou a ser o responsável também por selecionar os municípios que devem receber ajuda alimentar e de saúde - algo essencial em um país que vive uma crise de desabastecimento na qual faltam remédios e comidas. 

É por isso que, quando Padrino falou em cadeia nacional na manhã desta quinta-feira (24), em mensagem gravada na noite anterior, suas palavras incutiram algo de receio na oposição, que viu a lealdade que ele jurou a Maduro se refletir nas ruas com violência. 

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A noite de quarta (22) foi a terceira seguida de repressão e mortes em Caracas, com 16 vítimas confirmadas, a maioria por arma de fogo. 

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Padrino diz que as Forças Armadas seguirão apoiando Maduro e não reconhecem o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que na quarta se autodeclarou presidente interino do país. 

Até quando essa posição se manterá é a grande dúvida que marcará o fim ou a continuidade do regime.

Padrino é leal ao chavismo há muitos anos e começou a se destacar em 2002, quando um golpe tentou derrubar Hugo Chávez (1954-2013). O oficial se manteve ao lado do então presidente e, como recompensa, foi sendo alçado na escala militar, até chegar ao posto de general. 

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Em 2013, se tornou comandante das Forças Armadas e, no ano seguinte, foi promovido a ministro. 

Internamente, conseguiu vencer várias quedas de braço dentro das forças de segurança. Foi por sua influência, por exemplo, que Néstor Reverol, que ansiava seu cargo, foi destituído do comando da Guarda Nacional Bolivariana. 

Apesar disso, no início de 2019 o jornal americano The Washington Post disse que Padrino teria teria aconselhado Maduro a dar um passo ao lado e negociar uma transição dentro do chavismo, informação que até o momento não foi confirmada. 

Assim, com a forte repressão nas noites de Caracas e com sua mensagem ameaçadora em cadeia nacional, Padrino mostra que segue poderoso e fiel ao ditador.