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Mural do presidente Chávez em Caracas: líder venezuelano sofreu quarta cirurgia relacionada ao câncer três semanas atrás e está acamado desde então | Leo Ramirez/AFP
Mural do presidente Chávez em Caracas: líder venezuelano sofreu quarta cirurgia relacionada ao câncer três semanas atrás e está acamado desde então| Foto: Leo Ramirez/AFP

Diz que diz

Governo, jornal e médico oferecem versões conflitantes

Agência O Globo

Segundo o jornal espanhol ABC, Chávez está em coma induzido e os aparelhos que o mantêm vivo poderiam ser desligados em breve. De acordo com a publicação, o presidente venezuelano sofre com febre constante e perda de consciência, além de não responder aos antibióticos e não ingerir nada sólido desde a operação realizada no dia 11 de dezembro. Quase meio metro de intestino teria sido retirado, obrigando o uso de uma bolsa de colostomia. O médico venezuelano Rafael Marquina, radicado em Miami, diz que Chávez tem 5% de chances de recuperação e deve sucumbir ao câncer em até dois meses. Segundo Marquina, o presidente respira por aparelhos. Os últimos boletins oficiais divulgados pelo governo venezuelano falam em um estado "delicado" e com complicações, sem detalhes. O vice-presidente Nicolás Maduro garante que Chávez está consciente.

Três dias após o governo da Venezuela divulgar que Hugo Chávez teve piora em Cuba, a cúpula da oposição exigiu ontem que os dirigentes do chavismo digam "toda a verdade" sobre o estado do presidente e declarem que ele não está em condições de governar.

"Pretender que as pessoas acreditem que o presidente está no exercício de suas funções atualmente é de uma irresponsabilidade descomunal. É óbvio e evidente que ele não está", disse Ramón Guillermo Aveledo, dirigente da coalizão oposicionista MUD (Mesa da Unidade).

Aveledo disse que faltam "dados fundamentais" sobre o quadro de Chávez, que convalesce em Havana de uma cirurgia oncológica realizada no dia 11, e exigiu um prognóstico detalhado da situação.

Culpou o governo pela onda de rumores sobre o presidente. "Fazer segredo é a fonte dos rumores que incrementam a incerteza", disse.

Ele rejeitou a tese defendida por alguns integrantes do governo de que a posse do novo mandato de Chávez, prevista para a próxima quinta-feira, possa ser adiada.

Em nome da coalizão opositora, Aveledo disse que, caso Chávez não possa ser juramentado no dia 10, sua "ausência temporária" deve ser declarada. Neste caso, o chefe do Legislativo deve assumir interinamente.

Quem ocupa atualmente o cargo de presidente da Assembleia, de maioria governista, é o chavista Diosdado Cabello. Nova eleição para a mesa diretora da Casa será feita no sábado.

Se adotada, a "ausência temporária" poderia ser legalmente estendida por até 180 dias, ao final dos quais novas eleições presidenciais teriam de ser convocadas.

A oposição considera apelar às instâncias do Mercosul, do qual a Venezuela faz parte desde agosto passado, e da Organização dos Estados Americanos (OEA) caso o chavismo decida adiar a posse.

"Vamos esgotar as vias internas e, depois, as externas. Temos o Mercosul e a OEA. Essas instâncias estão aí para preservar a democracia dos Estados que fazem parte delas", disse à reportagem Ramón Jose Medina, número 2 da MUD.

"Consciente"

Em entrevista ontem à rede chavista Telesur, o vice-presidente, Nicolás Maduro, anunciou que voltaria de Cuba para Caracas ainda ontem após cinco dias de visita a Chávez em Havana.

Segundo ele, o presidente está "consciente" de que seu estado de saúde é "complexo". O vice, ungido por Chávez como seu candidato à sucessão, reiterou que o presidente segue no comando.

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