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Terminou à meia-noite (18h em Brasília) desta terça-feira o prazo dado pelo governo para que os colonos israelenses deixem pacificamente todos os assentamentos da Faixa de Gaza. A partir de agora, a presença de civis é considerada ilegal e o Exército, que assumiu a coordenação das operações no lugar da polícia nesta tarde, tem ordem de usar a força contra os que resistirem à desocupação. Os principais focos da resistência são os assentamentos de Neveh Dekalim, o maior do território, Kfar Darom, que fica próximo da turbulenta cidade palestina de Khan Younis, e Elei Sinai, onde cerca de 50 famílias se comprometeram a não respeitar as ordens de despejo. Estima-se que, ao todo, 4 mil colonos permaneçam na Faixa de Gaza.

De acordo com Renata Malkes, enviada especial do jornal "O Globo" e produtora do Canal 2, de Israel, que está en Neveh Dekalim, muitos colonos que se recusam a deixar suas propriedades "estão entocados na principal sinagoga do assentamento", o que aprofundar a tensão das operações.

No início da tarde (início da noite na Faixa de Gaza), o Exército de Israel entrou em Neveh Dekalim e assumiu o controle do local, no que as forças israelenses estão chamando de último esforço para persuadir residentes a abandonar a colônia. Dois mil soldados tomaram o assentamento.

- Iremos de casa em casa, exortando as pessoas a partirem - disse Dan Harel, general israelense que está supervisionando a retirada da Faixa de Gaza. - A desocupação à força começa amanhã - acrescentou, referindo-se à quarta-feira.

De acordo com Eival Giladi, coordenador da retirada, cerca da metade dos residentes já deixou os assentamentos.

- Este plano está indo conforme as previsões. Cerca de 50% dos residentes já partiram - afirmou Giladi - Eu diria que em poucos dias, não haverá mais colonos judeus ou pessoas que se infiltraram na Faixa de Gaza.

O assentamento de Neveh Dekalim foi dominado por soldados e policiais depois de alguns confrontos com jovens que tentavam impedir a desocupação do local. Dezenas de manifestantes foram detidos, e dois policiais - um deles atingido por ácido - e um colono ficaram feridos.

Os confrontos foram os mais violentos desde a notificação de despejo de 48 horas dada aos colonos. Os manifestantes fizeram fogueiras improvisadas na rua principal, tentando bloquear a entrada dos carros das forças de segurança.

Dezenas de ônibus cheios de soldados seguiram para os assentamentos. Um contingente de 50 mil pessoas foi mobilizado para a retirada dos 8.500 colonos, que vivem cercados por cerca de 1,3 milhão de palestinos.

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