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 | Fotos: Célio Martins/Gazeta do Povo
| Foto: Fotos: Célio Martins/Gazeta do Povo

O presidente Hugo Chávez, que participou ativamente da campanha para a eleição legislativa marcada para amanhã, diz que este foi um "treino" para as eleições presidenciais de 2012. No poder desde 1999, ele alterou a Cons­­tituição do país por meio de referendos populares para poder governar indefinidamente. E "se Deus lhe der vida e saúde", garante que irá se candidatar novamente dentro de dois anos. Na tentativa de estancar o que classifica como abuso do poder estatal, a oposição tenta amanhã obter mais vagas na Assembleia Nacional.

De acordo com as pesquisas, pode alcançar até 60 das 165 cadeiras. Os chavistas têm hoje 139.

Hino na tevê

Por toda parte na Venezuela se vê propaganda do "governo bolivariano". Na televisão não é diferente. Isso não chega a ser um problema – alguns apelos até são interessantes. O problema é ouvir, várias vezes ao dia, a execução do hino nacional.

O estrangeiro que ficar na Venezuela por um ou dois meses e assistir à televisão diariamente, com certeza voltará para seu país sabendo a letra inteira do hino.

Sucata nas ruas

A expansão do Estado e o encolhimento do setor privado estão produzindo um fenômeno que merece estudo na capital venezuelana. Os micro-ônibus de empresas privadas e de particulares andam caindo aos pedaços. São veículos com vinte, trinta anos de circulação. Em contrapartida, a frota dos "metrobús" é novíssima. São ônibus que fazem a ligação dos bairros com determinadas estações do metrô. Além de conforto, o usuário conta com a segurança da polícia bolivariana.

Garoto-propaganda

De líder revolucionário a garoto-propaganda ao estilo Casas Bahia. Essa foi a transformação que Chávez sofreu às vésperas das eleições. Desde a semana passada, o presidente venezuelano assumiu o papel de "vendedor" de eletrodomésticos. "Minha casa bem equipada" é o novo programa governamental para compra a crédito de geladeiras, fogões, microondas, aparelhos de ar-condicionado e máquinas de lavar roupa. "Estou me metendo a vendedor. Vendedor do socialismo para derrotar os vendedores do capitalismo", anunciou o presidente ao apresentar os produtos na televisão. O pacote de três produtos chineses vendidos em uma rede de supermercados do governo – geladeira, fogão e máquina de lavar roupas – sai por 3 mil bolívares (R$ 1,2 mil).

Confusão

A loucura do dólar

Desde 2008 a moeda venezuelana, o bolívar, perdeu três zeros e virou bolívar forte. Para quem é do Brasil não há novidade nas mudanças de moeda. Já tivemos cruzeiro, cruzado, real e por aí vai. O curioso são os malabarismos com o dólar, que tem três valores. Para a importação de gêneros de primeira necessidade, US$ 1 vale 2,5 bolívares. Para outras transações oficiais, como turismo, o dólar é trocado por 4,3 bolívares. No câmbio negro, são 8 bolívares.

E apesar do risco de ser preso, tem muita gente em Caracas jogando no paralelo.

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