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O presidente dos EUA, Donald Trump, senta-se com os braços cruzados durante uma mesa redonda sobre a Reabertura Segura das Escolas da América durante a pandemia do coronavírus, na Sala Leste da Casa Branca em 7 de julho de 2020, em Washington, DC. Imagem ilustrativa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, senta-se com os braços cruzados durante uma mesa redonda sobre a Reabertura Segura das Escolas da América durante a pandemia do coronavírus, na Sala Leste da Casa Branca em 7 de julho de 2020, em Washington, DC. Imagem ilustrativa.| Foto: JIM WATSON / AFP

O presidente americano, Donald Trump, atacou nesta segunda-feira (19), o principal cientista do governo e maior especialista em doenças infecciosas do país, Anthony S. Fauci, e se referiu a ele como "um desastre".

Segundo Trump, as pessoas estão "cansadas" de ouvir falar sobre o vírus, ainda que especialistas tenham alertado que o país está caminhando para outra onda de coronavírus. "As pessoas estão cansadas da Covid", disse Trump à sua equipe de campanha em um telefonema ao qual vários veículos de comunicação americanos tiveram acesso. Ele ampliou os ataques com postagens no Twitter e em comentários a jornalistas após pousar no Arizona para dois comícios.

"As pessoas estão cansadas de ouvir Fauci e esses idiotas, todos esses idiotas que erraram", disse Trump na ligação com a equipe de campanha.

O presidente dos EUA também chamou Fauci de um cara "legal", mas que está no cargo há muito tempo. "Ele está aqui há 500 anos", disse. "Toda vez que ele vai à televisão, há sempre uma bomba, mas há uma bomba maior, que é demitir ele. Esse cara é um desastre."

Os ataques a Fauci ocorrem em um momento em que os EUA registram mais casos de coronavírus - mais de 8 milhões - e mais mortes - quase 220 mil - do que qualquer outra nação do mundo. Segundo o New York Times, os conselheiros do presidente tentam fazer com que ele demita o especialista em doenças infecciosas, de 79 anos que continua popular no país.

"Se o escutássemos, teríamos 700 mil (ou) 800 mil mortes", afirmou o presidente republicano durante o telefonema, antes de afirmar que seria contraproducente demiti-lo antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.

Este último ataque do presidente ao popular doutor Fauci provocou uma dura reação do senador republicano Lamar Alexander. "O doutor Fauci é um dos servidores públicos mais distinto do nosso país. Serviu a seis presidentes, a começar por Ronald Reagan", tuitou Alexander.

"Se mais americanos prestassem atenção a seus conselhos, teríamos menos casos de Covid-19 e seria mais seguro voltar para a escola, voltar ao trabalho e sair para jantar."

Em uma entrevista transmitida na noite de domingo pelo programa 60 Minutes, da CBS, Fauci disse que não ficou surpreso que o próprio tenha Trump contraído o vírus.

Há uma semana, Fauci expressou seu descontentamento pelo uso de imagens suas em um anúncio de campanha de Trump sobre o coronavírus.

"Nas minhas quase cinco décadas de serviço público, nunca apoiei publicamente nenhum candidato político", respondeu o imunologista, dizendo que suas declarações no vídeo foram tiradas de contexto.

Em vários momentos durante a resposta à pandemia, Fauci esclareceu ou corrigiu os comentários públicos de Trump sobre o desenvolvimento de tratamentos e vacinas para a Covid-19.

O tom entre eles se tornou tenso algumas vezes, como em abril, quando Trump retuitou uma publicação com a hashtag #FireFauci (Demita Fauci), para depois se dirigir ao povo americano para dizer que "Tony" estava fazendo um grande trabalho.

Biden aproveitou os ataques de Trump para apontar que o presidente está atacando especialistas em saúde pública, em vez de "seguir seus conselhos sobre como podemos salvar vidas e fazer nossa economia andar novamente". O candidato democrata também ironizou o fato de Trump criticá-lo por "ouvir os cientistas". "Isso não é um ataque, é uma medalha de honra", afirmou Biden.

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