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O embaixador do Vaticano em Israel ameaçou, nesta quinta-feira (12), boicotar uma cerimônia em um memorial do Holocausto na próxima semana por causa de uma representação do comportamento do papa Pio XII durante o extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.

O arcebispo Antonio Franco disse que escreveu ao diretor do museu do Holocausto Yad Vashem pedindo a revisão de uma legenda que sugere que o papa do tempo da guerra foi indiferente ao sofrimento dos judeus.

A legenda, segundo a imprensa israelense, diz que o papa Pio XII "se absteve de assinar a declaração dos Aliados condenando o extermínio dos judeus" e "manteve sua posição neutra em toda a guerra".

A arcebispo Franco disse que em sua carta afirmou ao museu que "não se sentiria confortável em ir ao museu Yad Vashem" a menos que o texto fosse corrigido ou a foto retirada.

A foto aparece em uma nova ala do museu inaugurada em 2005. O Yad Vashem abriga a cerimônia anual do governo de Israel para marcar o Dia de Memória ao Martírio do Holocausto e aos Heróis, que acontecerá no próximo domingo.

O arcebispo Franco afirmou que não recebeu uma resposta do museu, que abrigará embaixadores estrangeiros no evento.

Defensores do papa Pio XII afirmam que ele fez todo o possível para ajudar os judeus, enquanto críticos classificaram-no como um anti-semita e germanófilo cujas idéias começaram a se formar enquanto trabalhava na Alemanha antes de sua eleição para papa em 1939.

O Yad Vashem, que abriga o maior arquivo de dados sobre o Holocausto, em que seis milhões de judeus foram exterminados, afirmou em comunicado que afirmou ao representante do Vaticano que "está disposto a continuar examinando a questão".

Em seu comunicado, o Yad Vashem disse que receberá bem a oportunidade de estudar os arquivos do Vaticano relacionados ao papa Pio XII "para possivelmente aprender informações novas e diferentes" sobre ele.

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