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“Lula não fez nenhuma revolução, mas tirou 50 milhões de pessoas da indigência e lhes deu dignidade e esperança.’’ José Mujica, presidente eleito do Uruguai | Andres Stapff/Reuters
“Lula não fez nenhuma revolução, mas tirou 50 milhões de pessoas da indigência e lhes deu dignidade e esperança.’’ José Mujica, presidente eleito do Uruguai| Foto: Andres Stapff/Reuters
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Eleito presidente do Uruguai pela coalizão de esquerda Frente Am­­pla na noite do último domingo, José Mujica, 75 anos, começou on­­ tem a costurar acordos com a oposição. O presidente eleito pretende obter um pacto multipartidário para estabelecer as políticas de Estado nas áreas de educação, meio ambiente, energia e segurança pública. "É preciso escutar, em primeiro lugar, os que discordam de nós, porque têm suas ra­­zões e são parte da realidade’’, disse ontem Mujica. Afirmou também que seu compromisso "é com todos os uruguaios, na luta para a integração do país’’.

A campanha de Mujica à Pre­­sidência acentuou sua imagem de político negociador e conciliador, tendo como exemplo a gestão de Lula no Brasil.

Negociação

Mujica iniciou seu diálogo com a oposição com um encontro com o líder do Partido Colorado, Pedro Bordaberry, que foi seu rival na disputa presidencial. O desempenho de Bordaberry no primeiro turno da eleição (16,7% dos votos) marcou a trajetória de recuperação de seu partido.

O Partido Colorado é o que mais venceu eleições na história do Uruguai. Porém, em 2004, ha­­via caído a 10,3% dos votos. Ana­­listas atribuem a derrocada da sigla à crise econômica de 2001-2002, quando o Colorado estava no poder.

Mujica tem encontros previstos para a próxima quinta com as lideranças do Partido Indepen­­dente e do Partido Nacional, cujo candidato, Luis Alberto Lacalle, ele derrotou no segundo turno – por 53% dos votos, contra 43%, segundo a apuração da Corte Eleitoral. Houve 2,29% de votos em branco e 1,78% de nulos.

A ideia do pacto multipartidário havia sido lançada por Mujica no fim do primeiro turno da campanha e recebida com descrença pela oposição.

Quatro dias antes da votação, ele anunciara que proporia o acordo com a oposição mesmo que seu governo tivesse a maioria parlamentar garantida pelas eleições legislativas do último dia 25 de outubro, o que de fato ocorreu.

Hoje, o presidente eleito deve se encontrar com o embaixador do Brasil no Uruguai, José Eduardo Felicio.

Em mensagem enviada ontem a Mujica, o presidente Lula ofereceu "apoio do governo brasileiro’’ e seu "empenho pessoal’’ para aprofundar as relações entre os dois países.

Lula afirmou que, sob a liderança de Mujica, "o Uruguai avançará ainda mais no processo de mudanças inaugurado em 2005 (com Vázquez)’’.

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