
Caracas - Os presidentes da Venezuela e da Argentina assinaram ontem acordos com o objetivo de estimular o comércio bilateral entre os dois países, enquanto as relações comerciais de Caracas com a vizinha Colômbia começam a encolher. O objetivo da Venezuela é substituir as importações da Colômbia.
Os acordos foram assinados durante a visita à capital venezuelana da presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner, que reuniu-se com seu colega Hugo Chávez.
Os dois presidentes dizem que querem maiores relações comerciais entre os dois países, tanto entre empresas privadas quanto estatais, e maior troca de tecnologia. "Hoje, estamos assinando acordos de US$ 1,1 bilhão", disse Cristina após uma reunião com Chávez. "A integração (entre os dois países) é muito importante...e nós vamos continuar com ela".
Os planos para aumentar o comércio, em setores que vão do automotivo aos têxteis e à agricultura, surgem no momento em que Chávez tenta reduzir o comércio com a Colômbia, um importante aliado dos Estados Unidos na América Latina.
Mesmo antes da líder argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, ter chegado a Caracas para o encontro com Chávez, funcionários venezuelanos anunciaram o cancelamento de uma encomenda de compra de 10 mil carros da Colômbia e que iriam realizar a aquisição da Argentina.
"Esses 10 mil automóveis que compraríamos da Colômbia, que sejam comprados pelo Obama", disse o ministro de Comércio da Venezuela, Eduardo Samán.
Enquanto Cristina reunia-se a portas fechadas com Chávez ontem, dezenas de líderes empresariais argentinos que a acompanharam na viagem procuravam estabelecer acordos com empresas venezuelanas ou conquistar contratos do governo.
Pedro Bergaglio, presidente do Protejer, um grupo que representa a indústria têxtil argentina, disse que as exportações de têxteis para a Venezuela podem saltar para US$ 1 bilhão sob os novos acordos, já que a administração Chávez tenta eliminar as compras da Colômbia. "Manter os custos de transporte e preços baixos para competir com a Colômbia, porém, será um desafio", disse ele. Algumas exceções em impostos de exportações para o governo argentino serão necessárias para diminuir os custo, disse ele.
Se o comércio entre Colômbia e Venezuela, que atingiu US$ 6 bilhões no ano passado, continuar a se deteriorar, então a Argentina e outros países terão muito a ganhar. O comércio entre Venezuela e Argentina em 2008 movimentou US$ 1 bilhão.



