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Jacinda Ardern, ex-premiê da Nova Zelândia, em visita à Espanha em junho de 2022
Jacinda Ardern, ex-premiê da Nova Zelândia, em visita à Espanha em junho de 2022| Foto: EFE/Juan Carlos Hidalgo

O Partido Nacional da Nova Zelândia garantiu uma vitória nas eleições legislativas realizadas durante o final de semana no país, possibilitando o retorno da direita ao poder, após seis anos atuando na ala da oposição ao governo.

A primeira vitória nas urnas surge em meio a uma reviravolta em relação às últimas eleições de 2020, quando a ex-premiê e líder do Partido Trabalhista de centro-esquerda, Jacinda Arden, foi reeleita (2017-2023).

Ela renunciou ao cargo em janeiro deste ano e passou o comando do governo para o atual primeiro-ministro, Chris Hipkins, depois de uma gestão desastrosa durante a pandemia.

Logo que a crise sanitária começou, em 2020, a ex-premiê ficou conhecida por assumir uma linha dura de imposição do lockdown, fechando as fronteiras do país em março, quando apenas 100 casos de Covid-19 haviam sido detectados.

Essa ação lhe rendeu resultados políticos negativos, como a redução de 12% do PIB da Nova Zelândia em três meses, a maior queda que o país já enfrentou em sua história.

Apesar do baixo número de mortes pelo vírus no início da pandemia, um ano depois, Jacinda resolveu relaxar as medidas, no entanto o momento desfavorável tornou a Nova Zelândia o país com o maior número de mortes no mundo causadas pela Covid-19, provocando uma grave crise interna na saúde pública. À época, chegaram a ser notificadas 4,37 mortes por cada milhão de habitantes, um número quatro vezes maior do que o Brasil.

Diante da situação catastrófica, Jacinda decidiu renunciar ao cargo, afirmando "não ter mais combustível para continuar".

Após o resultado neste final de semana, o líder do Partido Nacional da Nova Zelândia, Christopher Luxon, agradeceu ao país pelo “voto pela mudança”, que permite o retorno da oposição ao poder.

Luxon garantiu ao seu partido 50 assentos no Parlamento e um partido aliado, o ACT, conquistou 11. Com a soma, a coalizão garante uma maioria apertada no total de 120 acentos, segundo os resultados iniciais da comissão eleitoral. A resposta final deve sair no início de novembro.

“Os números desta noite [de sábado] mostram que [o Partido Nacional] será capaz de liderar o próximo governo”, disse o líder partidário a uma multidão de apoiadores, em Auckland. “Para todos vocês que votaram no Nacional, não os decepcionaremos, e para todos vocês que não votaram em nós, também não os decepcionaremos”.

O atual premiê do Partido Trabalhista admitiu a derrota e afirmou ter ligado para Luxon para parabenizá-lo pela vitória.

Resultado das eleições

Os conservadores superaram o cenário apresentado pelas pesquisas eleitorais, segundo as quais o Partido Nacional teria 34% dos votos.

Com isso, a direita encerrou seis anos de governo do Partido Trabalhista, que viu sua líder Jacinda Arden, que obteve uma vitória esmagadora em 2020 com quase 50% dos votos, renunciar no início deste ano, deixando Hipkins no comando.

O partido ACT, que pode formar uma aliança com o Partido Nacional no Parlamento, obtinha 9% dos votos na reta final da apuração, enquanto os aliados tradicionais dos trabalhistas, o Partido Verde e o Partido Maori, conseguiam 10,8% e 2,6%, respectivamente. Já o partido nacionalista NZ First tinha 6,5%.

Os resultados mostram que os conservadores podem formar uma aliança para governar com uma pequena maioria parlamentar, em contraste com a vitória ampla de Arden em 2020.

Com os votos contados, o Partido Nacional e seu parceiro de coalizão ACT conquistaram 61 assentos, o suficiente para garantir a maioria em um parlamento de 120 cadeiras.

O Partido Trabalhista, liderado por Hipkins, obteve pouco mais de 25% dos votos, cerca de metade do que fez na eleição anterior, com Jacinda na liderança.

As eleições na Nova Zelândia, com quase 5,1 milhões de habitantes, foram marcadas principalmente pelo impacto da alta inflação (6%), da criminalidade, da crise climática e da proeminência da China em sua política externa.

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