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O Conselho Eleitoral do Haiti disse na terça-feira por intermédio do seu advogado que não cabe recurso à decisão que desqualificou a candidatura do cantor de hip-hop Wyclef Jean à Presidência do Haiti.

O músico de 40 anos, radicado desde os 9 nos Estados Unidos, disse no domingo que recorreria do cancelamento da sua candidatura para a eleição de 28 de novembro. Os membros do Conselho Eleitoral entenderam que o candidato não conseguia comprovar seu domicílio no Haiti.

Jean é muito popular no Haiti, especialmente entre os jovens, e o cancelamento da sua candidatura havia gerado temores de perturbações sociais no país mais pobre das Américas, que foi devastado por um forte terremoto em janeiro.

Mas o que se viu foram apenas protestos isolados em favor de Jean, que inicialmente pediu aos seus seguidores que aceitassem a decisão das autoridades. Depois, ele fez várias declarações em redes sociais e à imprensa acusando o Conselho Eleitoral de ser corrupto e politicamente motivado.

Samuel Pierre, do departamento jurídico do Conselho, disse à Reuters que, conforme o artigo 191 da Lei Eleitoral local, não cabe recurso às decisões do órgão. "Portanto não há qualquer possibilidade de que Wyclef Jean seja acrescido à lista de candidatos ... então acabou."

Jean foi um dos 15 candidatos desqualificados. Outros 19, inclusive dois ex-premiês, um ex-ministro e uma ex-primeira-dama, foram aprovados.

As autoridades disseram que Jean não podia concorrer porque não tinha cinco anos de domicílio consecutivo no Haiti imediatamente antes do pleito.

O cantor diz ter comprovado o domicílio com documentos. "Passei metade da minha vida no Haiti, indo e voltando", disse ele na terça-feira à emissora MSNBC.

O advogado do Conselho disse que qualquer recurso será "perda de tempo, porque quando se trata de questões eleitorais o Conselho Eleitoral é a Suprema Corte, significando que não há mais para onde ir."Jean tem dito que seus rivais impugnaram sua candidatura por temerem sua vitória, e que ele, por ser uma celebridade, poderia ser um "presidente global", capaz de atrair ajuda e investimentos ao Haiti.

Por outro lado, ele vinha enfrentando questionamentos por causa de sua inexperiência política para governar o país num momento tão delicado, após a morte de 300 mil pessoas no terremoto.

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