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A urgência da arte-educação no desenvolvimento pessoal e social
| Foto: Pixabay

Cultura, teatro, cena, apresentação, música, artes visuais, exposição, dança, película são palavras que fazem parte do vocabulário cultural do campo profissional artístico, e que precisam ser cada vez mais pronunciadas e exercitadas em ambientes educacionais e sociais.

Diminuir o distanciamento humano se faz emergencial. A arte detém procedimentos capazes de alcançar a comunicação por caminhos sensíveis que vão além das palavras faladas. A arte é profunda e possibilita experiências individuais através de propostas que são destinadas ao coletivo.

Ensinar arte não significa que o aluno será um artista, mas com certeza ele será um cidadão mais crítico

Desmistificar atuações artísticas em condutas educacionais e sociais contribui, desperta, inclui e convida o outro a observar e perceber o entorno por caminhos ainda não trilhados. Ensinar arte não significa que o aluno será um artista, mas com certeza ele será um cidadão mais crítico, de consciência ampla e autoconhecimento elevado.

A pedagogia destinada à arte teatral atua no intelecto, no corpo, voz, sentimentos, sensações, interagindo com o ser humano como um todo. O exemplo prático que descreve todos estes apontamentos é a chegada na sala de aula para a prática teatral: “O espaço está vazio. As pessoas chegam e se colocam em roda. Durante os exercícios elas se olham nos olhos, tocam as mãos, brincam com seu próprio corpo, caminham observando o espaço e as pessoas. Elas se descobrem e desbravam uma nova forma de se ver, falar e expressar. Estamos falando de material humano, aquele que nascemos, crescemos, vivemos e depois vamos embora”.

Antes de aprender a lidar com a externalidade proposta pelo mundo, é necessário saber lidar consigo e com os outros. A pedagogia teatral detém uma gama extensa de jogos e brincadeiras associadas à ludicidade, à expressão, ao conhecimento de si, à exploração de caminhos e, acima de tudo, à relação entre as pessoas. No ambiente de prática teatral não há erros e acertos, há somente possibilidades. Ao nos propormos que “certo e errado” são parâmetros que nós mesmos julgamos, passamos a compreender a não existência deste apontamento; assim, vivenciamos integralmente as propostas que são ofertadas.

Jiddu Krishnamurti, filósofo, educador e defensor da educação através do autoconhecimento, sempre abordou que aprender a lidar consigo e com o outro de forma saudável antecede a necessidade de se aprender conteúdos que muitas vezes não utilizamos no cotidiano. Teóricos como Vygotsky, Piaget, Dewey e Rousseau apontam a metodologia de jogos como ferramenta contribuinte para o aprendizado e desenvolvimento humano. Se tantas teorias afirmam a importância da familiarização com a pedagogia teatral, cabe a nós, que conhecemos estas colocações, encontrar caminhos para que a teoria se torne prática. É entender a teoria e, com responsabilidade social, se manifestar na prática.

Carol Scabora é produtora do Programa Guritiba, projeto mensal que atua na sociedade com atividades em arte-educação, com atividades gratuitas para educadores, alunos e público em geral, com foco em grupos em situação de vulnerabilidade social.

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