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A Copa do Mundo acabou e nos resta analisar os pontos positivos e negativos do legado que o evento deixou para nós, brasileiros. No começo de 2010, o estudo Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, realizado pela Ernst & Young e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), comentou que a Copa produziria um total de R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até o encerramento. Além disso, seriam gerados 3,63 milhões de empregos/ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população, impactando o mercado de consumo interno.

Porém, após quatro anos, as expectativas ainda não se confirmaram em sua totalidade. O saldo de contratações com carteira assinada em maio de 2014, por exemplo, foi de 58,8 mil vagas, o pior para o mês desde 1992, segundo o governo. O megaevento esportivo mostrou não somente a evolução que o país precisa ter em termos de futebol mas, ainda mais importante, deixou expostas as feridas econômicas, políticas e culturais do Brasil.

Por todo o mundo, a repercussão da Copa no Brasil é positiva com relação aos brasileiros e a algumas sedes do Mundial. Sejamos verdadeiros: o povo brasileiro sempre foi muito acolhedor, simpático e multicultural. Todos os que aqui estiveram devem ter sido muito bem recebidos, tanto nos hotéis quanto em aeroportos, restaurantes, festas e, principalmente, nos estádios. O evento em si ocorreu sem maiores transtornos e as manifestações anticopa foram poucas e, em sua maioria, pacíficas. A grande questão é que os estrangeiros já foram embora e nós ficamos por aqui, juntamente com todos os problemas econômicos, políticos e sociais do nosso país. E olha que não são poucos.

Elefantes brancos foram construídos e diversas obras não tão importantes foram realizadas, deixando várias outras mais urgentes para trás. A melhoria só aconteceu, como dizem por aí, nos lugares que o turista vê. Os verdadeiros problemas do país ainda estão longe de uma verdadeira e eficiente solução. E nesta época não faltam promessas de gente que vai resolver e lutar pela população, dizendo que resolverá problemas de anos em dias, e prometendo o que não poderá cumprir.

A Copa acabou, mas as dívidas ficaram, as eleições estão vindo e a propaganda eleitoral já está permitida. Resta ter a esperança de um futuro melhor e, depois de tudo isso, torcer não somente por uma reestruturação no futebol brasileiro, mas também no governo do país. E nada melhor que o povo brasileiro para começar isso, dando o pontapé inicial de uma grande mudança, que começa pelo voto nas urnas.

Gilberto Cantú é presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Setcepar).

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