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Brasileiros querem ser voluntários do Exército de Israel para lutar contra o Hamas.
Forças israelenses na fronteira com Gaza.| Foto: Hannibal Hanschkeefe/Agência EFE

É necessário fazer a guerra? Ao que parece muita gente interpreta literalmente a frase atribuída ao romano Flávio Vegécio, que teria vivido entre o quarto e o quinto século: "Se quer paz, prepare-se para a guerra". A guerra é feita por seres humanos, que matam seres humanos e automaticamente destroem suas famílias. Assim, questões filosóficas são cada vez mais importantes em nosso cotidiano. O ser humano é humanista? O que é o humanismo?

É sabido que existem vários tipos de humanismos, como o renascentista, o cristão, o positivista, o marxista, entre outros. O uso mais informal do termo humanismo está relacionado a sentimentos de identificação com a humanidade em seu todo e virtudes como bondade, solidariedade, compaixão. Para a filosofia, diz respeito ao retorno aos clássicos gregos e latinos, tal qual foi pensado no renascimento.

Por que a guerra? Guerra para quê? Guerra para quem? Será que a humanidade não é humana? Tente responder esses questionamentos.

A subjetividade moderna é o núcleo do humanismo. Para Gianni Vattimo, filósofo e político italiano, o humanismo é a doutrina que atribui ao homem o papel de sujeito, isto é, de autoconsciência como sede de evidência. Sob a ótica do filósofo francês Emmanuel Levinas, o humanismo tem como propósito compreender o que nos constituiu como humanos. A liberdade vem depois da responsabilidade para com o outro. A ética é uma possibilidade, não uma necessidade, porém, sua efetivação está imbricada com a própria humanidade.

Não se pode deixar de fora Jean-Paul Sartre nessa discussão, especialmente o seu Existencialismo é um humanismo quando argumenta que o existencialismo é uma filosofia humanista que coloca o ser humano no centro de sua preocupação. Ele enfatiza a importância da liberdade e da responsabilidade individual na vida humana.

Penso que a ética é condição sine qua non, ou seja, necessária, essencial, para o convívio e relação com o outro, e deveria ser inclusive imanente ao ser humano, mas se assim fosse, aqui já seria o paraíso. A meu ver, ser humanista é fundamentar a ética e moral como valores humanos; é valorizar o racionalismo, o contraste de ideias e crenças, respeitando-os; é assumir as responsabilidades.

Posso ser ateu e humanista. Posso ser comunista e humanista. Posso ser de direita e humanista. Posso ser rico e humanista. E as recíprocas são verdadeiras. O que não posso é aguardar a vontade divina para que eu possa resolver meus problemas. O que não posso é ignorar o próximo, preocupando-se somente comigo. O que não posso é deixar de fazer a minha parte. O que não posso, é deixar de ser humano.

Minha sugestão para ser um pouco mais humano, é perdoar mais, respeitar mais, magoar menos, especialmente as pessoas com quem convivo, como também o outro. Quem faz a guerra não é humano, mas a humanidade tem a guerra ou as revoluções como recorrentes em sua história, nas mais variadas regiões no globo terrestre.

Por que a guerra? Guerra para quê? Guerra para quem? Será que a humanidade não é humana? Tente responder esses questionamentos. Essa reflexão é de extrema importância, até mesmo para saber se você é humanista.

Silvano Alves Alcantara é doutor em Direito e coordenador dos cursos de pós-graduação na Área de Direito na Uninter.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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