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O apagão da semana colocou, entre outros temas, a discussão sobre a culpa e a responsabilidade pela pane no sistema de energia para todo o país. O governo está botando a culpa nas condições meteorológicas: raios, ventos e chuvas teriam afetado as linhas de transmissão. Embora não haja ainda uma explicação definitiva para o desastre, é possível que a culpa seja da natureza, uma vez que não houve até agora prova de deficiência técnica ou suspeita de sabotagem.

Mas a responsabilidade não é da natureza. É do governo mesmo, do atual e dos anteriores. Não seria o caso de tornar o apagão um cabo eleitoral para as próximas eleições presidenciais, fazendo da pane um argumento brandido contra situação e oposição. Afinal, houve apagão nos tempos do PSDB no poder e é ridículo medir com uma fita métrica os danos causados por um ou outro acidente no abastecimento de energia elétrica.

Ambos revelaram que a questão não encontra prioridade nos planos de governo. Basta lembrar que o atual não empregou a verba destinada ao problema em sua totalidade, ficando nos 38% apenas, aplicando a verba restante em outras prioridades.

Um colapso como o da semana que passou deve alertar autoridades e candidatos a autoridade. A fragilidade das linhas de transmissão, apesar da tecnologia alcançada no setor, continuará exposta a raios, coriscos e trovões, a menos que sejam criadas alternativas –linhas auxiliares que custarão uma fortuna e talvez não sejam, tecnicamente, a melhor solução.

O fato é que o apagão revelou o descaso na aplicação das verbas necessárias para impedir o co­­lapso. A culpa –ou a causa – pode ter sido da natureza, mas a responsabilidade é mesmo do governo.

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