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O Brasil hoje está na situação de um homem sendo espancado por uma horda de vândalos. A cada momento que passa, sobrevêm novos golpes; as dores e ferimentos da vítima se tornam mais graves. A única chance do homem é que os agressores decidam ir embora, mas eles não parecem nem um pouco dispostos a fazer isso.

De repente, surge alguém, observa a cena e diz: “Não é o fim das agressões que vai acabar com as dores desse pobre homem”. Seria um comentário absurdo, não? Pois esse observador externo corresponde exatamente aos defensores da continuidade do governo petista.

Qualquer pessoa com a inteligência um pouco além dos níveis de Sibá Machado sabe: antes de cuidarmos das feridas do país, é preciso que os agressores saiam de cena. Com a exceção dos militantes e dos milionários amigos, ninguém aguenta mais o PT. A única eleição que Lula e Dilma conseguiriam vencer hoje seria a dos diretórios do partido, e mesmo assim ainda correriam algum risco de perder para algum nome surgido à última hora. Só nos mais alienados círculos militantes – alguns deles lamentavelmente encontrados nas universidades públicas – as pessoas ainda acreditam no que esse senhor e essa senhora falam.

Antes de cuidarmos das feridas do país, é preciso que os agressores saiam de cena

Estou lendo As seis doenças do espírito contemporâneo, de Constantin Noica. No livro, o filósofo romeno devassa as patologias da mentalidade moderna citando passagens de grandes obras da literatura. Assim, exemplos de todetite (carência do individual) seriam os personagens de Os Demônios, de Dostoievski. Vê-se um caso de horetite (carência de determinações) no protagonista de O Deserto dos Tártaros, do soberbo Dino Buzzati. Don Juan era um doente de acatolia (recusa do universal) e Tolstoi, genial autor de Guerra e Paz, representa o caso clássico de atodecia (recusa do individual).

Tentei descobrir em que doença espiritual se encaixaria Dilma Rousseff, mas sinceramente não consegui. Noica utilizou exemplos da alta literatura universal, enquanto que a atual ocupante do Palácio do Planalto é uma personagem incalculavelmente bisonha e desinteressante, com seus ventos e mandiocas e cachorros atrás de crianças e xingamentos por telefone.

Ah, mas ela ficou presa na ditadura! Stalin também ficou preso; mesmo assim, o monstro genocida era um personagem bem mais complexo e digno de estudo. Stalin poderia figurar em um grande romance da literatura russa (aliás, já figurou). Dilma mereceria, no máximo, uma ponta no programa A Praça é Nossa.

Além do mal que está causando ao país, a estocadora de ventos só faz duas coisas: fala bobagens e provoca um imenso, astronômico tédio. Enquanto isso, os Cunhas da vida cuidam apenas de se salvar no naufrágio absoluto das instituições. Por gentileza, parem de espancar o Brasil.

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