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Nove países já detêm a tecnologia de armas nucleares e outros sete podem desenvolvê-la nos próximos anos, segundo reportagem da Gazeta do Povo sobre as perspectivas para 2007. Essa corrida por armas de destruição em massa – que afeta o debate sobre o uso de energias alternativas necessário em face da crise do petróleo e do aquecimento global – foi acelerada após a invasão do Iraque em 2003, como estratégia defensiva por parte de nações que passaram a se sentir ameaçadas.

O caso típico, segundo a matéria que faz um balanço da situação internacional no setor, foi o da Coréia do Norte. Enquanto o governo americano anterior, do presidente Bill Clinton, vinha mantendo negociações relativamente amistosas com o fechado regime norte-coreano, a Administração Bush cortou a aproximação ao classificar a Coréia do Norte como integrante de um "Eixo do Mal", ao lado do Irã e do Iraque; já como preparativo para a ação que seria desencadeada contra o regime iraquiano de Saddam Hussein, a quem acusava de possuir armas de destruição em massa.

Nos meses seguintes à invasão por uma força anglo-norte-americana nenhum desses artefatos nucleares foi localizado, o que já havia sido constado pelos inspetores de armas das Nações Unidas. Mas a estratégia seguida pelos Estados Unidos despertou temor em países também ameaçados, sobretudo a Coréia do Norte, que recentemente anunciou a realização do primeiro teste com explosivos nucleares – além de desenvolver tecnologia de foguetes de longo alcance para o transporte de ogivas.

A posição norte-coreana está incentivando os vizinhos Japão e Coréia do Sul a também acelerarem sua corrida atômica, para restaurarem um relativo equilíbrio nessa área do Leste asiático; repetindo outra corrida anterior – entre Índia e Paquistão, na Ásia do Sul. Mas a situação mais preocupante é a do Irã, onde um governo radical foi eleito pouco depois da aventura iraquiana do governo Bush, encerrando a breve primavera liberalizante ensaiada pelo país dos aiatolás.

Abrindo o ano novo, o radical presidente iraniano anunciou a disposição de prosseguir nas pesquisas para o desenvolvimento de sua bomba, o que fez o governo de Israel, vizinho próximo no Oriente Médio, admitir que também já possui seu próprio arsenal – fato sempre negado anteriormente. Outros desdobramentos possíveis são o domínio do ciclo nuclear pelo governo de Taiwan, confrontado com o risco chinês e, no eixo do Oriente, pela Arábia Saudita e Egito.

Na América do Sul, Brasil e Argentina tomaram a iniciativa de subscrever um acordo pela proscrição de armas nucleares no continente, porém sem descartar o uso da energia do átomo como fonte de abastecimento energético e para outros fins pacíficos em saúde, agricultura, etc. O problema é que estratégias equivocadas de nações líderes geram um cone de sombra também sobre tais aplicações, criando instabilidade num mundo que só pode sobreviver num cenário de paz.

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