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Há 15 anos o governo federal criou o Pro­­grama Saúde da Família (PSF) com o in­­tuito de tratar pacientes de maneira preventiva e, assim, diminuir a necessidade de tratamentos de doenças que poderiam ter sido evitadas e gerar economia para o SUS. A responsabilidade pela formação das equipes – compostas por um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde – ficou a cargo das prefeituras. Mas, como revelou reportagem publicada nesta semana pela Gazeta do Povo, administradores de cidades menores não deram conta de atrair os médicos. Motivos não faltam para que eles prefiram enfrentar o mercado competitivo dos grandes centros: salário, pressão política e más condições de trabalho são as razões apontadas pela classe médica para o abandono do programa, que acaba sendo composto em sua maioria por médicos recém-formados. Na mesma trilha de outros gargalos sociais, a situação deste importante programa de saúde evidencia que o governo não agiu com eficiência. Com os problemas saltando aos olhos, foi lento e omisso, deixando que a situação chegasse ao ponto de, em Ponta Grossa, por exemplo, 11 médicos já terem deixado o PSF desde 2007. Faltou, essencialmente, olhar este quadro com a responsabilidade que ele merece. É evidente que o jovem médico, num programa como esse, precisa de estímulo e perspectiva e de bem mais que um salário compatível. Precisa de um plano de carreira e, acima de tudo, recursos médicos que lhe permitam exercer plenamente sua atividade.

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