Todo dia um 7 a 1 diferente para Temer: ontem, Zveiter na CCJ; hoje, reforma trabalhista no Senado?

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Bom dia! 

Um dos últimos pilares do governo Temer foi duramente abalado ontem, com a leitura do relatório de Sérgio Zveiter na CCJ da Câmara. O deputado do PMDB fluminense não apenas recomendou que a Comissão acate a denúncia, como carregou no voto contrário ao presidente. 

Zveiter jogou para a opinião pública. Emprestou termos da defesa de Temer para desmontá-la e pontuou que o legislativo deve fiscalizar o executivo, em consonância com o que espera a sociedade. O PMDB acusou o golpe do abalo da sustentação parlamentar dentro da própria casa. Ameaçou expulsar Zveiter, sem conseguir intimidá-lo. 

Parte do apoio que o Planalto ainda preserva foi remanejada para dentro da CCJ, como forma de barrar o relatório que indica a abertura da ação penal contra o presidente. 

A próxima batalha será hoje, no Senado, com a votação da reforma trabalhista - neste guia você conhece os principais pontos da proposta; o donwload é gratuito. A apreciação do projeto foi confirmada pela ministra Carmem Lúcia, que recusou pedido da oposição para suspender a tramitação. 

A pauta vai a plenário sob impacto de uma nota conjunta de 14 entidades, entre as quais OAB, CNBB e Ministério Público do Trabalho. E sob a sombra de ser cumprida a ameaça nefasta da senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, de radicalizar para impedir a votação e acelerar a queda Michel Temer em benefício de eleições diretas. 

Se houver votação e o texto da reforma for barrado, Temer terá mais duas derrotas para administrar: a perda da maioria no Senado e a perda da confiança do setor produtivo, que conta com a reforma trabalhista para acelerar o crescimento econômico. O presidente aguenta mais essas duas pancadas? 

Populismo à vista 

É impossível, hoje, dizer quem será o presidente do Brasil em outubro de 2018. Mas já dá para prever que o populismo estará em alta na sucessão de seja quem for. E nós temos três análises a respeito deste fenômeno. 

Pondé O filósofo crava que o populismo será a marca da eleição de 2018. A direita já encontrou o seu populista; a esquerda ainda procura - embora Lula seja um nome óbvio. 

Existem dois tipos básicos de populistas. Um dos dois poderá ser nosso próximo presidente. Todo populista chega ao poder navegando no ressentimento, que é o elemento essencial de todo eleitor que tem tesão por populistas. 

Constantino Uma marca clássica dos seguidores de um populista é jogar qualquer um que discorde dele no outro extremo. Por exemplo: para os seguidores de Bolsonaro, quem não apoio o "mito" (sic) é seguidor de Jean Wyllys. 

Ricardo Amorim A França ensinou o caminho de como driblar a onda populista. Elegeu Emmannuel Macron, que percorreu pelo centro o caminho deixado livre pelos populistas. 

Aliás, populismo não é exclusividade nossa. Os Estados Unidos que o digam. Donald Trump confirmou na reunião do G-20 a saída do país do Acordo Climático de Paris. É o tema do editorial de hoje. 

Trump fez o típico cálculo populista. Entregou uma promessa de campanha, de refutar o acordo, colhendo no curto prazo algum fôlego político entre seus apoiadores. Os custos da decisão, no entanto, são todos de longo prazo. 

Quebrou? 

Qual Brasil o próximo presidente vai pegar? Um país falido, como mostra Fernando Jasper. O descontrole iniciado em 2008 tornou a dívida pública um monstro quase incontrolável. E as medidas para virar o jogo são cada vez piores e ineficazes. 

Até a última gota 

O governo brasileiro já vislumbra o fim da era do petróleo. Flávia Pierry conta que o Plano Decenal de Exploração de Energia 2026, lançado na semana passada, acelera a produção de petróleo e gás natural, além de abrir caminho para a exploração de outras fontes energéticas. 

Iguais perante a lei? 

Rodaram o Brasil, em 2015, as imagens da demolição de construções luxuosas que avançaram irregularmente sobre o Lago Paranoá, em Brasília. A remoção dos puxadões, contudo, seguiu uma seletividade tipicamente nacional. Residências oficiais da Câmara, Senado, Marinha e representações diplomáticas da China, Países Baixos e Alemanha, localizadas na Península dos Ministros, ficaram intactas, mesmo com ordem judicial contrário. É o que reporta Lúcio Vaz. 

Lavou, tá novo 

A uberização da economia segue a pleno vapor. Naiady Piva apresenta o Lavô, que promete conectar o usuário com um lavador de carros que vai até sua casa, deixa o automóvel limpinho e não gasta uma gota sequer de água. 

Ouça essa gente 

Jéssica Maes separou cinco conselhos para ter sucesso na carreira profissional. São dicas do ex-presidente da Volvo, Yoshio Kawakami; do criador do Mercado Livre, Hernan Kazah; do consultor Allan Costa; do nosso colunista Ricardo Amorim e da presidente do Grupo Sabin, Janete Vaz. Capaz que você ainda não clicou!? 

E eles também 

Quando tiver sucesso, cuide bem do seu dinheiro. Fabiane Ziolla Menezes e Teco Medina apontam os três maiores crimes que cometemos contra o nosso próprio bolso. É o podcast Vida Financeira. 

Paranauê 

Vai acabar O procurador do Ministério Público de Contas do Paraná, Gabriel Guy Léger, fez críticas duras à última reforma da Paranáprevidência - a hora zero do 29 de abril. Chamou o pacote de assalto e previu que, em 2047, não haverá mais dinheiro para as aposentadorias do estado. 

Publicano Já condenado há 14 anos de prisão, o auditor fiscal Orlando Aranda foi preso novamente, agora por tentativa de intimidação de promotores, testemunhas e investigadores envolvidos na Operação Publicano. Ele cometeu o crime em frente ao Gaeco. 

Em dia Mesmo afastado e tendo sido preso por corrupção, o ex-prefeito de Foz, Reni Pereira, segue recebendo seu salário de auditor fiscal de R$ 31 mil. Não há ilegalidade no pagamento. 

Recolhe O Ministério Público pediu indiciamento do presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba, Anderson Teixeira. O conjunto de acusações envolve até um vereador da capital. 

O troco Rafael Greca não perdoa vereadores da base que votaram contra o ajuste fiscal. Três deles tiveram comissionados exonerados em resposta à infidelidade. 

A dupla em chamas 

Atleticanos e coxas-brancas tiveram uma segunda-feira daquelas. 

O Furacão demitiu o técnico Eduardo Batista. Contrariado, o diretor Paulo Autuori pediu demissão. Mario Celso Petraglia espera que ele volte, mas acha difícil. Quem o dirigente não quer ver nem pintado de corrente de ouro é o meia Carlos Alberto. O jogador pediu a rescisão contratual um dia depois de ser cobrado na balada por torcedores. 

À noite, o Coritiba tomou 3 a 0 do Sport em casa. São sete jogos sem vitória, o ex-líder agora ocupa a 12ª posição e a torcida quer o pescoço do técnico Pachequinho. A diretoria banca o treinador. E por diretoria exclua-se o multidirigente Juliano Belletti, mais empenhado na carreira de lenda do Barcelona. 

Visto de cima 

Diante de tantas frentes de turbulência, talvez o melhor seja ver um pouco as coisas do alto. O restaurante Terrazza 40 abrirá um bar de drinks no 38º andar, no dia 18. Será o mais alto de Curitiba. 

Se não aguenta esperar até lá, o Guia Gazeta do Povo indica drink alaranjado, cozinha internacional, teatro de bonecos, papo sobre astrologia e pizza. 

Para pensar

Para começar o dia, uma leitura instigante. Joana Neitsch analisa sob o aspecto trabalhista o anúncio publicado por uma designer, que oferece moradia em troca de uma mulher que limpe a casa e cuide de uma criança: escravidão ou parceria?