O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de meio bilhão de reais para obras de modernização da infraestrutura logística do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná. O projeto, apresentado pelo estado como a maior intervenção portuária em desenvolvimento no Brasil, tem como principal objetivo a construção do novo moegão.
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A estrutura vai impactar um espaço de quase 600 mil metros quadrados no porto e será destinada para a descarga de vagões que chegam a Paranaguá com granéis sólidos, como soja, milho e farelo. Apenas 15% das cargas que chegam ao terminal são transportadas por trilhos. Com o moegão, a expectativa é aumentar o recebimento por trens para 50% das cargas nos próximos anos, o que deve diminuir os congestionamentos no entorno do porto.
“Essa iniciativa se insere dentro do contexto do projeto BNDES Azul, que envolve o apoio a diversas frentes relacionadas à economia do mar, inclusive em infraestrutura. Este projeto aprovado específico tem como foco não apenas aprimorar a eficiência operacional, mas também minimizar o conflito Porto-Cidade. Espera-se que as alterações no tráfego reduzam em cerca de 70% as emissões de CO2 na região portuária”, explicou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Projeto aumenta produtividade do Porto de Paranaguá
Para que o novo moegão entre em operação, o porto de Paranaguá precisará de uma nova estrutura ferroviária de acesso - um pátio em formato circular com capacidade para descarregar simultaneamente até 180 vagões, em três linhas independentes. A capacidade total prevista para o sistema é de 2 mil toneladas/hora, o que representa um aumento imediato de 63% na capacidade operacional. Será possível passar dos atuais 550 para 900 vagões por dia.
A descarga ocorrerá sem a necessidade de desmembramento do trem com acesso direto às balanças e às moegas. A carga sairá dos vagões caindo em funis do subsolo. Dali seguirá por uma correia transportadora até a torre de elevadores de canecas, para onde é levada às linhas de correias aéreas.
Os grãos serão direcionados por correias transportadoras dos eixos norte e sul para os 11 terminais interligados de carga no corredor leste. Dos terminais, a carga vaio aos navios, de onde seguirão ao corredor de exportação para então ganharem o mundo. A previsão do projeto é que o moegão permita um aumento da capacidade atual de recepção ferroviária de granéis de sete para 24 milhões de toneladas anuais.
O projeto também deve liberar áreas internas nos terminais para futuras melhorias operacionais, ao eliminar ramais ferroviários individuais, e diminuir o tempo de permanência de vagões, locomotivas e caminhões para descarga, aumentando a eficiência.
“Além dos benefícios logísticos e econômicos, o projeto promete trazer impactos positivos do ponto de vista ambiental e social, contribuindo para a redução da emissão de gases do efeito estufa e melhorando as condições de tráfego na região”, explica Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES.
Moegão deve impactar positivamente na mobilidade urbana no entorno do porto
Um efeito colateral positivo esperado é a melhoria na circulação viária da região do porto. Atualmente são 16 cruzamentos da linha férrea com vias urbanas, que com as obras de melhoria devem ser reduzidos a cinco. Com o aumento do fluxo de trens, espera-se também uma diminuição significativa no tráfego de caminhões no entorno do terminal.
“Hoje, a mobilidade urbana é muito atrapalhada pelos trens que entram em conjuntos de até cem vagões e mesmo assim precisam ser desmontados. E a cada desmonte são necessárias muitas manobras férreas. Na nova composição, os trens entram, descarregam e saem da cidade fazendo com que esse giro possa aumentar muito a produtividade do porto, o que deve gerar mais empregos e o aumento da renda da população”, reforçou o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Luiz Pioli.
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