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UFPR aproveita oferta de financiamentos milionários para ampliar pesquisa científica.
UFPR aproveita oferta de financiamentos milionários para ampliar pesquisa científica.| Foto: Samira Chami Neves/UFPR

A pandemia de coronavírus causou a suspensão das aulas por muitos meses, além do adiamento do vestibular, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A produção científica realizada dentro da instituição, no entanto, seguiu o sentido contrário. Depois de um período de adaptação ao “novo normal”, a pesquisa realizada pela UFPR só cresceu durante os meses de isolamento.

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“A Covid-19 impôs o distanciamento social e outros protocolos de prevenção, por isso, tivemos, inicialmente, uma redução considerável no número de pessoas no trato das pesquisas. Mas criamos novos protocolos, turnos nos laboratórios e outras medidas para garantir que tudo continuasse”, diz o pró-reitor de Pesquisa e Pós Graduação da UFPR, Francisco de Assis Mendonça.

Com o cenário pandêmico decretado, a Universidade passou a concentrar esforços na pesquisa ligada ao coronavírus. De acordo com o pró-reitor, atualmente são mais de 50 professores, cada um com suas equipes, focados em pesquisas com essa temática na instituição.

“A Universidade se engajou na pesquisa relacionada ao coronavírus de maneira profunda e foi atrás de recursos internos e externos para financiar esses projetos. Temos sim muita coisa acontecendo na área da saúde e biologia, mas também temos pesquisas ligadas à área humana, que vão tratar do contexto e reflexos sociais da pandemia”, afirma Mendonça.

Áreas de atuação

Através da Finep, Agência pública federal que financia a inovação, a UFPR foi contemplada com um financiamento de mais de R$ 2,2 milhões para implantar um biotério – laboratório que trabalha com a manipulação de seres vivos – de nível 3, o que possibilita trabalhar com maior segurança com vírus e outros microrganismos que podem ser contagiosos. A estrutura poderá ser usada para estudar não somente o coronavírus, mas também outras doenças que possam surgir no futuro.

Pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, somente em um edital emergencial para Covid-19, lançado no primeiro semestre, a UFPR conseguiu também ter aprovadas 59 bolsas de estudos, sendo 32 de doutorado e 27 de mestrado.

"Essas bolsas devem resultar numa herança importante e duradoura da pandemia para a Universidade, uma vez que os programas de mestrado têm duração de dois anos e os de doutorado, quatro", lembra Mendonça.

Já pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a Universidade conseguiu aprovar dois grandes projetos, que já começaram a trazer resultados.

Um deles é o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, através de nanopartículas que imitam os antígenos do vírus, ativando o sistema imune contra a doença. Embora a pesquisa esteja ainda na fase pré-clínica - e com resultados animadores - e vá demorar para chegar ao produto final, ela deverá ser uma opção mais barata do que as imunizações desenvolvidas atualmente por laboratórios no mundo todo. A outra pesquisa aprovada estuda os efeitos do vírus em animais de companhia e sua interface com a saúde humana.

A Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA) também é apoiadora de várias iniciativas da UFPR no combate à Covid-19. Segundo o pró-reitor, medidas como a produção emergencial de álcool em gel, higienização de máscaras e confecção de protetores de rosto e campanha de conscientização e higienização foram concretizadas por meio da Fundação, em parceria com projetos de extensão universitária.

A UFPR também destinou recursos próprios para a força-tarefa para analisar, entender e combater a pandemia. Em julho, foi lançado um edital de R$ 2 milhões, que resultou na aprovação de 33 projetos internos em áreas que vão da saúde e biologia molecular até o direito e ciências humanas, e que buscam entender o mundo pós-pandemia.

"Acredito que dentro em breve teremos resultados fantásticos, tanto para conhecer a doença, mas também para conhecer os impactos da pandemia na sociedade. Muita gente fala que estamos indo em direção a um 'novo normal' e esse novo normal vai exigir novas estruturas e organizações. Nossos projetos estão ajudando a preparar esse futuro, que exige de nós criatividade, otimismo, firmeza e coragem", afirma Mendonça.

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