Controle rígido de entrada e saída de cada ampola, câmeras de monitoramento e polícia 24 horas na porta dos estoques e na escolta das doses. Esse é o esquema de segurança do governo do estado e da prefeitura de Curitiba para que nenhuma vacina de Covid-19 seja perdida ou desviada. A prefeitura ainda tomou um cuidado a mais: está recolhendo todos os frascos da vacina após a aplicação para evitar falsificações.
O Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), almoxarifado da Secretaria Estadual de Saúde no bairro Jardim Botânico, em Curitiba, armazena neste momento 132.540 ampolas da Coronavac, imunizante do Instituto Butantan com o qual o Brasil começou a vacinação quarta-feira (20). Essa quantidade é metade das 265.080 doses enviadas pelo Ministério da Saúde ao estado e só serão distribuídas na segunda fase da campanha emergencial da vacinação, em 14 dias.
Até que cada dose deixe o estoque, a Polícia Militar (PM) fica de prontidão na porta do Cemepar e também vai escoltar cada caminhão na distribuição da vacina aos 399 municípios do estado. O local tem também vigilância armada para fazer a segurança do local, além de monitoramento de câmeras internas.
Serviço que é replicado na prefeitura pela Guarda Municipal (GM) na vigilância da Central de Vacinas do município e no transporte das doses ao pavilhão do Parque Barigui, onde ocorre a primeira fase da vacinação. Ao longo campanha de imunização da Covid-19 em 2021, o município deve estender a vacinação para as unidades de saúde nos bairros.
Tanto no estado, quanto na prefeitura, há contagem minuciosa de todas as doses no momento em que elas entram e saem do estoque, bem como ao chegar ao destino final. Cada uma dessas checagens é dupla: primeiro são conferidas as notas fiscais das doses que entraram no sistema para emitir as notas das unidades que serão enviadas. Na sequência, é feita a contagem unitária das doses de cada caixa. “Se faltar um frasco que seja, a falha é rapidamente identificada, porque não dá para fechar o lote no sistema. Ou seja, a carga não sai”, explica o diretor-geral da Secretaria Estadual de Saúde, Nestor Werner Jr.
Werner explica que a secretária estadual trabalha com a margem de 5% de possibilidade de perda de doses, que podem se quebrar ao cair, por exemplo. "Nesse caso, temos que comunicr imediatamente o Ministério da Saúde. Mas estamos trabalhando com total atenção para termos perda zero de doses", explica.
No caso da prefeitura de Curitiba, os detalhes para evitar perdas e desvios é ainda maior, já que é o município quem faz a aplicação da vacina. Assim como no estado, é feita a checagem dupla de todas as doses que entram e saem da Central de Vacinas de Curitiba. Porém, cada dose já sai da central com o nome e o CPF de quem vai ser imunizado.
“Só sai da central a quantidade exata de doses que será aplicada no local de vacinação. E cada dose tem destino certo. Catalogamos cada uma com o nome e o CPF de quem vai ser vacinado”, explica a coordenadora da Central de Vacinas de Curitiba, a farmacêutica Léia Regina da Silva.
A cada vacina aplicada, é dada baixa no sistema. Além disso, técnicos fazem inventários diários de todas os frascos que entraram e saem da Central de Vacinas. “Com essa identificação por frascos, temos como fazer todo o rastreamento e detectar a falta de uma única dose”, enfatiza Léia.
Recolhimento dos frascos
Na vacinação da Covid-19, a prefeitura de Curitiba adicionou um processo a mais para garantir a lisura do processo, que vai impedir a falsificação das vacinas. É a primeira vez que o município recolhe todos os frascos da vacina após a aplicação. “Queremos evitar que os frascos sejam usados para falsificação, até porque o próprio Procon já vem orientando a população sobre a venda de vacinas falsas”, alerta Léia.
Assim como outras embalagens de remédios, os frascos vazios da vacina de Covid-19 recebem destinação ambientalmente correta pela empresa de coleta de resíduos hospitalares contratada pela prefeitura.
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