Vacinação da Covid-19 no Paraná.| Foto: Geraldo Bubniak / AEN
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Com a chegada das vacinas da Janssen na tarde de quinta-feira (24), o Paraná conta agora com quatro opções de imunizantes em seu plano de imunização contra a Covid-19. Porém, diferente das vacinas do Instituto Butantan, da Fiocruz e da Pfizer, as recém-chegadas doses produzidas pela Johnson& Johnson conseguem dar uma resposta imune bastante satisfatória com uma única dose. Além disso, ela pode ser armazenada em refrigeradores comuns, ao contrário da vacina da Pfizer.

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Mais do que a facilidade logística, a praticidade de ser aplicada em dose única pode fazer com que esta seja a mais procurada entre as vacinas disponíveis. Mas, pelo menos por enquanto, as 91,2 mil doses presentes no primeiro lote não serão destinadas ao público em geral. Trabalhadores do transporte e população em situação de rua foram os primeiros escolhidos para serem imunizados com a vacina da Janssen, por serem “grupos que podem ter dificuldade com a segunda dose por conta de localização, o que deve auxiliar o processo de vacinação, otimizando as vacinas que o Estado tem recebido”, explicou o diretor-geral da Sesa, Nestor Werner Junior.

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Para o farmacêutico, bioquímico e professor de Imunologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Sérgio Surugi de Siqueira a pandemia de Covid-19 é um momento inédito para a humanidade, e por isso é natural e até mesmo esperado que as pessoas “comecem a se balizar pelos exemplos de outros países onde a imunização seguiu com mais oferta de vacinas”. Porém, a ação de deixar de tomar as vacinas disponíveis enquanto se espera por outra variedade de imunizantes é um ato de egoísmo.

“O que tem que ficar claro é que no nosso contexto, no Brasil de hoje, se as pessoas começarem a escolher quais vacinas querem tomar e deixarem de se imunizar porque a que está disponível não é a de sua preferência isso pode se tornar em algo muito perigoso. Nós vamos demorar mais para controlar a pandemia e isso vai levar a mais mortes e mais sofrimento. É uma atitude egoísta, individualista, algo muito negativo em uma crise de saúde pública como a que nós estamos vivendo”, alertou.

O especialista reforçou que no momento nenhuma das vacinas disponíveis oferecem total proteção contra o coronavírus, um “salvo conduto para o relaxamento das medidas preventivas” nas palavras de Siqueira. Ele lembrou também que a vacinação deve ser vista antes de tudo como uma ação coletiva, e não individual, de proteção contra a Covid.

Eficácia da vacinação depende de ampla cobertura

“A vacinação não deve ser vista como uma conquista individual. A pessoa, quando se vacina, por óbvio está protegendo a si mesma. Mas isso não significa nada se não houver uma cobertura ampla da vacinação. A verdade é que quando a pessoa se vacina, deveria festejar por estar contribuindo para o controle da pandemia. Infelizmente alguns brasileiros têm uma grande dificuldade em pensar de forma coletiva. Agora talvez seja o momento de mudar essa postura, porque não podemos simplesmente deixar dessa forma e aprendermos que isso é errado da maneira mais difícil”, avaliou.

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Siqueira não descarta um cenário em que os paranaenses possam escolher qual marca de vacina contra a Covid irão tomar. Porém, na avaliação do especialista, essa possibilidade ainda depende de uma oferta muito maior de imunizantes. “Certamente as vacinas serão aperfeiçoadas com o tempo, e assim é possível que no futuro tenhamos várias opções de imunizantes com desempenhos ainda melhores. Isso nós ainda não temos, mas o que temos agora é algo que precisa ser muito valorizado. Foi uma conquista fantástica da ciência conseguirmos fazer a vacina como foi feita, em tão pouco tempo, e com tamanha eficácia. Todas as vacinas têm ajudado no combate à pandemia, portanto as pessoas devem tomá-las, sem dúvida, sem ficar escolhendo entre esta ou aquela. A vacina é boa quando todo mundo toma”, concluiu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]