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BR-476 terá 41,7 kms de duplicação na RMC, com o novo pedágio.
BR-476 terá 41,7 kms de duplicação na RMC, com o novo pedágio.| Foto: Divulgação/Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

Resumo desta reportagem sobre a BR-476:

  • O edital do lote 1 dos novos contratos de pedágio no Paraná prevê a duplicação da BR-476 entre os municípios de Araucária e Lapa. 
  • A rodovia também deve receber faixas adicionais, acostamentos, vias marginais, iluminação e implantação de uma passarela. 
  • Em entrevista à Gazeta do Povo, representantes de empresas de transporte de cargas afirmam que, do jeito que está, o fluxo alto de carros gera congestionamentos e acidentes no trecho. 
  • Dados da Polícia Rodoviária Federal mostram que, no trecho, de 2020 até junho deste ano, ocorreram 47 óbitos.  

Entre as obras previstas para o lote 1 dos novos pedágios do Paraná está a duplicação da BR-476, no trecho conhecido como Rodovia do Xisto, entre os municípios de Araucária e Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. São 41,7 quilômetros de extensão que terão obras de ampliação e melhorias entregues entre o 4º e 5º ano de concessão. Este primeiro leilão das novas concessões de rodovias paranaenses está marcado para o dia 25 de agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo.

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Do entroncamento da BR-376 (B)/277 para Araucária até a intersecção com a PR-427 para Porto Amazonas, a pista simples tem problemas de má conservação e o intenso fluxo de automóveis gera congestionamentos e acidentes, problemas que a concessão promete minimizar.

De acordo com as informações disponíveis no edital do lote 1 do novo pedágio, as obras de duplicação serão divididas em duas partes. Entre os quilômetros 156 e 172, o trecho tem previsão de duplicação no 4° ano de concessão. No ano seguinte, a ampliação da pista segue até o km 197.

Duplicação é proposta para ampliar a segurança viária

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Silvio Kasnodzei, espera que a duplicação proporcione melhores condições de trafegabilidade pelo trecho. “O trânsito é intenso. É muito caminhão vindo e indo. O trecho faz ligação com o oeste de Santa Catarina e com parte do Rio Grande do Sul. O volume é grande e não é só de cargas - há o fluxo de moradores que se deslocam diariamente para trabalhar em cidades vizinhas. É uma pista estreita”.

Kasnodzei acredita que o principal impacto das obras será a segurança viária. “Os acidentes nesse trecho são horríveis e dão prejuízo. Uma pena que somente será no 4° e 5° ano de concessão. Já deveria ter sido duplicado há muito tempo. E tem outros municípios que são importantes e que também fazem a ligação [com o trecho]”, afirma.

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Sistema Fetranspar), Sérgio Malucelli, compartilha dessa opinião. Ele destaca que a BR-476 é uma saída importante da capital paranaense para Araucária e que necessita de uma segunda pista.

“Há um índice razoável de acidente e temos vários tipos de transporte na região, não só de líquidos, em função de Araucária, mas também de cargas de alimentos. É importante que mexa nessa rodovia para que tenhamos uma forma de ter uma mobilidade melhor na região”, complementa. Com a mesma visão do presidente do Setcepar, ele opina que essa duplicação devia ter acontecido há muito tempo.

Desde 2020, trecho da BR-476 entre Araucária e Lapa teve 47 mortes  

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 2020 até 25 de junho de 2023, foram contabilizados 253 acidentes e 47 mortes na rodovia entre Araucária e Lapa. No mesmo período, o número de lesões leves foi de 207 e, de lesões graves, 83. Somente neste ano, foram 41 acidentes, com 10 mortes.

Em janeiro, houve uma grave colisão envolvendo dois caminhões, na altura do km 158, que provocou a morte dos dois motoristas. No final do ano passado, outro grave acidente grave na região da Lapa envolveu quatro veículos - três carros e uma ambulância - no km 185. Deixou três feridos.

Outras melhorias previstas  

Além da duplicação, a Rodovia do Xisto terá 17,7 quilômetros de faixas adicionais no 4° ano de concessão, segundo edital do lote 1. Na área industrial de Curitiba (km 143) e de Araucária (km 147) estão previstas travessias urbanas, assim como outros quatro pontos.

Entre as melhorias também constam a implementação de 6,1 quilômetros de vias marginais e 2,3 quilômetros para implantação de acostamentos. A concessionária que ganhar a licitação deverá regularizar e adequar nove acessos da BR-476 a outras rodovias no 5° ano de concessão. O edital também prevê correções de traçado nos kms 146, 173,180 e 197.

Concessão do lote 1 do pedágio no Paraná 

O lote 1 possui uma extensão total de 473 quilômetros, composto por rodovias entre Curitiba, Guarapuava e Ponta Grossa, nos Campos Gerais, além da Região Metropolitana da capital. Os investimentos previstos somam R$ 7,9 bilhões, sendo 47% do valor destinado à expansão e melhoria de capacidade das rodovias, com obras que envolvem duplicações, faixas adicionais, vias marginais, pontes, viadutos e passarelas. A maior parte delas deverá ser realizada nos primeiros anos de contrato.

O lote terá cinco praças de pedágio: São Luiz do Purunã (BR-277), Lapa (BR-476), Porto Amazonas (BR-277), Imbituva (BR-373) e Irati (BR-277).

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